São Paulo pode usar fundo de R$ 100 milhões para ajudar pequeno produtor

O secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, disse que busca alternativas para viabilizar financiamentos aos pequenos produtores do estado, que são mais de 100.000, e que têm sido fortemente afetados pelos reflexos econômicos negativos da pandemia do novo Coronavírus.

Entre as propostas está a concessão de crédito, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), que tem R$ 100 milhões em caixa passíveis de serem destinados a ações emergenciais e de recuperação da cadeia de pequenos produtores.

Neste caso, a secretaria estuda prover uma linha de financiamento de 24 meses, com seis meses de carência e 18 parcelas iguais de financiamento, a uma taxa de juros de 3% ao ano. O montante destinado a cada produtor seria de R$ 25.000,00 em média.

Como a demanda deve superar a capacidade de atendimento do Feap, uma solução paralela, que está em estudo, é a inclusão do produtor rural como beneficiário do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe), do Sebrae, que tem R$ 1 bilhão disponível.

Dessa forma, Junqueira disse que será facilitado o canal de relacionamento com bancos comerciais, que exigem garantias para concessão de micro crédito.

Entre os pequenos produtores mais afetados pela crise estão os de flores, hortaliças e leite, na visão do secretário, embora ainda não tenha sido feita estimativa oficial dos montantes necessários para auxiliar as diferentes cadeias.

Para os produtores de hortaliças, além do financiamento, a secretaria está estruturando ações de estímulo ao consumo em três frentes. Uma delas é o cadastro dos produtores na relação de fornecedores dos supermercados, uma vez que a maioria dependia de atravessadores para comercializar sua produção, e montagem de “gôndolas do produtor” no supermercado ou organização de feiras nos seus estacionamentos.

Outra iniciativa é a de entrega de “cestas verdes” às famílias de alunos de escolas públicas, o que depende de verba do Ministério da Educação. Já a terceira frente é de garantia da manutenção das feiras livres, com a adoção de boas práticas de higiene recomendadas pelo Ministério da Agricultura.

No caso do mercado de flores, segundo Junqueira, a expectativa é que haja uma normalização da circulação de pessoas até o Dia das Mães, que acontece no segundo domingo de maio. “Isso reduziria, em parte, os prejuízos do setor de flores, dada a importância dessa data para o comércio do produto”, disse o secretário de Agricultura.

Em relação aos produtores de leite, a Secretaria de Agricultura trabalha, em conjunto com a Secretaria da Fazenda, para liberar créditos de ICMS referentes à compra de soja e milho de diferentes estados para a alimentação dos rebanhos leiteiros.

“Principalmente no Vale do Paraíba há muitos produtores que perderam seu fundo de negócio porque usavam o leite para fazer queijos e, com o setor de turismo retraído e restaurantes fechados, houve queda importante no consumo. Agora, eles direcionam sua oferta para os laticínios para a produção de leite UHT, mas a situação é delicada”, informou Junqueira.

 

Valor Econômico

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