Santa Catarina espera safra espetacular, mas vai continuar importando grãos

Faz mais de uma década que não se via tanto milho nas lavouras catarinenses. E não poderia ser diferente. Maior produtor de suínos do Brasil, e o segundo maior de aves, o estado foi atingido em cheio pelos preços recordes da saca de milho – principal componente da ração animal –, que chegou a bater na casa dos R$ 60 a saca ao longo deste ano. No entanto, mesmo com a possibilidade de aumentar a produção do cereal, o estado vai continuar importando grãos.

De acordo com estimativas da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, o estado deve produzir 2.9 milhões de toneladas de milho na safra 2016/17 – 10% a mais que no clico anterior. Mesmo assim, disse Cládis Jorge Furlanetto, primeiro vice-presidente da Cooperalfa (maior cooperativa de Santa Catarina, com mais de 17 mil cooperados), ainda será necessário importar grãos de outros estados.

“Algo em torno de 2.5 milhão de toneladas a mais. Santa Catarina não tem safrinha de milho, como em outros estados, por isso fica mais difícil”, disse. “Também existe a questão dos preços. Produtor vê que a soja vai ser mais rentável, e não há programa de governo que os faça mudar de ideia”, disse. Em Santa Catarina, a rotação entre culturas não é obrigatória.

Segundo Furlanetto, atualmente 80% da safra de milho no estado permanece em estado vegetativo e 20% está começando a florescer. “A safra está muito boa. O investimento em tecnologia foi fantástico. Os produtores capricharam”, disse.

 

Fonte: Gazeta do Povo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp