A colheita de milho segunda safra do Brasil está ligeiramente atrasada em relação ao ano passado devido ao clima mais úmido, mas as produtividades estão em níveis recordes e o ritmo dos trabalhos deve acelerar de agora em diante com o tempo mais seco, afirmou na segunda-feira (19) a consultoria Safras & Mercado.
Com um outono mais úmido do que no ano passado, “o milho esticou um pouco mais” o período de colheita. “Por isso, a colheita está um pouco mais lenta neste ano”, afirmou à Reuters o analista da Safras especializado em milho, Paulo Molinari, ressaltando que isso não resulta em qualquer problema significativo.
Até a última sexta-feira, o Brasil havia colhido 5,4% da área cultivada de 10.947 milhões de hectares na segunda safra. No mesmo período do ano passado, a colheita da segunda safra nesta época atingia 8,2% da área cultivada de 11.319 milhões de hectares.
Mas a umidade favorável tem colaborado com a obtenção de produtividades recordes nos campos, diferentemente do ano passado, quando as lavouras sofreram os efeitos negativos de uma severa seca. “Daqui pra frente vai andar bem a colheita”, disse Molinari, referindo-se às condições para as atividades nas lavouras. O tempo nas principais regiões produtoras do centro-sul do Brasil deve permanecer mais seco no terceiro terço do mês de junho, indicam as projeções climáticas.
Segundo dados da Safras, os trabalhos estão mais avançados no Mato Grosso, onde atingem 11,8% da área, seguido por Goiás, com 3% e Paraná, com 1% da área colhida. A consultoria estima para a segunda safra um recorde de 67 milhões de toneladas, enquanto a safra total de milho deverá atingir 106.4 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados ao final de maio. “Ano passado teve geada, seca… Área plantada este ano é um pouco menor, mas as produtividades estão lá em cima, afirmou Molinari.
A estimativa da Safras para a colheita de milho, assim como a de outras consultorias privadas, difere bastante da divulgada no início de junho pela estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta 93.8 milhões de toneladas (primeira e segunda safras). Segundo Molinari, o número da Conab subestima o tamanho da colheita do cereal do país.
Fonte: Reuters