Alta nos preços do boi gordo perde força na segunda metade de junho
O mercado de boi gordo operou com preços mais altos em junho, mas o movimento perdeu força na segunda quinzena do mês.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos relutam em reajustar os preços de balcão sem a contrapartida da carne, alegando que as margens operacionais foram severamente corroídas pelo aumento dos preços da matéria prima, neste caso o boi gordo.
As exportações em ótimo nível acabam compensando esse quadro, oferecendo excelente receita aos frigoríficos exportadores.
“O problema é que muitas unidades frigoríficas não possuem habilitação para exportar, dependendo exclusivamente do mercado interno para manter a atividade. Esses são os frigoríficos mais prejudicados pela severa alta dos preços internos do boi gordo nos últimos dois anos”, disse Iglesias.
Mesmo grandes frigoríficos têm encerrado atividades em algumas plantas nos últimos dois anos para se adequar a nova realidade do mercado.
A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do País ficou assim em maio:
* São Paulo – R$ 158,53 a arroba.
* Goiás – R$ 142,15 a arroba.
* Minas Gerais – R$ 146,05 a arroba.
* Mato Grosso do Sul – R$ 142,03 a arroba.
* Mato Grosso – R$ 135,29 a arroba.
Avicultura reage em junho e apresenta boa recuperação de preço
A avicultura de corte brasileira apresentou boa reação ao longo do mês de junho. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, este movimento de avanço nas cotações era essencial para a recuperação das margens operacionais, que foram severamente comprometidas ao longo do primeiro semestre.
Iglesias afirma que os custos de produção ainda estão em patamares elevados, tendo o farelo de soja como o novo vilão para o segundo semestre. “Outro fator de preocupação para a segunda metade do ano é o fortalecimento do real frente a outras moedas, o que deixa o frango nacional menos competitivo no mercado internacional”, disse.
Ao longo de junho, Iglesias destaca que no atacado e na distribuição os preços tiveram boa reação no mercado paulista. Para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição foi cotado a R$ 4,40, contra R$ 3,95 do final de maio.
O quilo da asa avançou de R$ 6,00 para R$ 6,50 e o quilo da coxa subiu de R$ 3,60 para R$ 4,30. No atacado, o quilo do peito teve alta de R$ 3,80 para R$ 4,20, o quilo da asa avançou de R$ 5,85 para R$ 6,25 e o quilo da coxa passou de R$ 3,50 para R$ 4,10.
Nos cortes resfriados, ele salienta que os preços também apresentaram boa elevação. O preço do quilo peito na distribuição subiu de R$ 4,00 para R$ 4,45, o quilo da coxa avançou de R$ 3,75 para R$ 4,40 e o quilo da asa teve elevação de R$ 6,30 para R$ 6,55.
No atacado, o preço do quilo avançou de R$ 3,95 para R$ 4,30, o quilo da coxa de R$ 3,60 para R$ 4,20 e o do quilo da asa de R$ 6,00 para R$ 6,35.
Iglesias sinaliza que as exportações devem encerrar junho com bom volume. No balanço parcial dos primeiros 18 dias úteis do mês, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, as exportações de carne de frango in natura do Brasil renderam US$ 488.40 milhões, com média diária de US$ 27.1 milhões.
A quantidade total exportada pelo país chegou a 316.000 toneladas, com média diária de 17.600 toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.545,80.
Na comparação com a média diária de maio, houve um ganho de 7,5% no valor médio exportado, uma elevação de 4,2% na quantidade e uma alta de 3,2% no preço médio. Em relação a junho de 2015, houve baixa de 10,1% no valor total exportado, perda de 0,7% na quantidade total e desvalorização de 9,5% no preço médio.
O levantamento mensal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que em Minas Gerais a cotação do quilo vivo avançou de R$ 2,50 no final de maio, para R$ 2,95 no fechamento de junho. Em São Paulo o quilo vivo subiu de R$ 2,50 para R$ 2,95.
Na integração catarinense a cotação do frango aumentou de R$ 2,40 para R$ 2,80. No oeste do Paraná o preço teve alta de R$ 2,40 para R$ 2,80. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo avançou de R$ 2,45 para R$ 2,85.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango subiu de R$ 2,40 para R$ 2,85. No Distrito Federal o quilo vivo foi cotado a R$ 2,95, contra R$ 2,50 do final de maio. Em Goiás o quilo vivo avançou de R$ 2,45 para R$ 2,90.
Em Pernambuco, o quilo vivo passou de R$ 3,80 para R$ 4,20. No Ceará a cotação do quilo vivo avançou de R$ 3,20 para R$ 3,75, enquanto no Pará o quilo vivo subiu de R$ 3,90 para R$ 4,20.
Preço do suíno esboça reação em junho, sinalizando melhor demanda
O mercado brasileiro de carne suína apresentou boa recuperação de preços em junho, tanto para o quilo vivo quanto para os principais cortes no atacado.
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, os aumentos mais expressivos ocorreram na primeira metade do mês, período de maior demanda, quando os consumidores apresentavam maior poder de compra.
“O repasse dos custos de produção também ajudou no aumento das cotações, assim como a queda das temperaturas em boa parte do país, o que acelerou o consumo”, disse.
Ao longo do mês, os frigoríficos relataram que a oferta de animais disponível foi boa, fruto do aumento dos volumes de abates de suínos.
“Esse fator acabou impossibilitando um aumento mais forte dos preços. Segundo dados preliminares levantados por Safras & Mercado, sujeitos a alterações, no acumulado dos cinco primeiros meses de 2016 os abates de suínos sinalizaram um aumento de 6,5% se comparado a igual período de 2015, totalizando 15.436 milhões de cabeças”, informa.
Maia destaca que a média de preços do suíno vivo no Centro-Sul em junho avançou 10,85% em relação ao final de maio, passando de R$ 3,20 para R$ 3,54.
No atacado, a média de preços dos cortes de pernil com osso atingiu R$ 7,18, 6,7% acima dos R$ 6,73 registrados no encerramento de maio. A média de preços do quilo da carcaça ficou em R$ 6,09, avançando 9,4% em relação ao valor médio praticado na última semana de maio, de R$ 5,57.
Conforme Maia, o alto custo de produção segue preocupando o suinocultor brasileiro. Por conta disso, novos ajustes nos preços se fazem necessários para manter a rentabilidade da atividade.
O analista ressalta que a exportação vem apresentando excelente resultado em junho. Até a quarta semana do mês foram exportados 44.100 toneladas de carne suína in natura, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior.
“Se este ritmo for mantido, os embarques finais devem fechar em torno de 54.000 toneladas para o produto in natura. O volume total deve chegar a 60.000 toneladas”, projeta.
“Fazemos o alerta, no entanto, que a valorização do real frente ao dólar pode acabar interferindo na exportação daqui para frente, uma vez que torna o produto brasileiro menos atraente no mercado internacional”, sinaliza.
A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi cotada a R$ 71,00, alta de R$ 2,00 frente ao final de maio, quando era cotada a R$ 69,00.
Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo passou de R$ 2,85 para R$ 2,90, enquanto no interior a cotação avançou de R$ 3,26 para R$ 3,44.
Em Santa Catarina o preço do quilo avançou de R$ 2,87 para R$ 3,02 na integração. No interior, a cotação subiu de R$ 3,14 para R$ 3,45.
No Paraná o quilo vivo subiu de R$ 3,15 para R$ 3,70 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo avançou de R$ 2,99 para R$ 3,40.
Em Goiânia, o preço teve elevação de R$ 3,55 para R$ 4,20.
No interior de Minas Gerais o quilo passou de R$ 3,70 para R$ 4,40. No mercado independente mineiro a cotação subiu de R$ 3,45 para R$ 4,10.
Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 2,98 para R$ 3,42. Já na integração do estado a cotação teve elevação de R$ 2,80 para R$ 3,00.
Fonte: Agência Safras