Safras & Mercado: Carnes – balanço da semana

Escalas avançaram e compras não foram tão agressivas no boi

No início desta semana, o movimento dos frigoríficos foi mais conservador, sem a mesma agressividade de outras semanas. Essa situação é um desdobramento do ligeiro avanço das escalas de abate, posicionadas entre três e quatro dias úteis, segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Além disso, a segunda quinzena costuma apresentar um perfil de consumo mais discreto em comparação com a primeira quinzena do mês. “Os preços ainda não cederam, o que pode acontecer nas próximas semanas, em linha com a menor necessidade de compras”, explicou. O clima mais frio durante o outono e inverno pode promover uma sensível mudança no quadro de oferta.

Com a chegada das frentes frias aumenta a deterioração das pastagens, o que dificulta a retenção do boi gordo. Nesse caso, haveria avanço da oferta de boi terminado na região Centro-Sul, o que provocaria mudanças no perfil dos preços.

As exportações de carne bovina “in natura” do Brasil renderam US$ 137,5 milhões em abril (sete dias úteis), com média diária de US$ 19,6 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 33,5 mil toneladas, com média diária de 4,8 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.099,4.

Entre março e abril, houve uma alta de 27,3% no valor médio exportado, um avanço de 28,4% na quantidade e baixa de 0,9% no preço médio. Na relação entre abril de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve recuo de 7,1% no valor total exportado, alta de 4,7% na quantidade total, e desvalorização de 11,3% no preço médio.

A média semanal de preços (de 13 a 16 de abril) em São Paulo foi de R$ 150,47 a arroba. Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou em R$ 145,05. Em Minas Gerais, a arroba ficou a R$ 143,83 a arroba. Em Goiás, a arroba ficou inalterada, a R$ 144,00. Em Mato Grosso, o preço ficou a R$ 134,88 a arroba.

Com oferta elevada, preço do frango vivo volta a recuar

O mercado brasileiro de carne de frango voltou a apresentar recuo nas cotações do quilo vivo ao longo da semana. Retrações foram observadas também no atacado e na distribuição. Para o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, novamente o excedente de oferta voltou a influenciar os negócios, impossibilitando que os preços tivessem sustentação.

Iglesias comenta que em um momento no qual a carne bovina segue em elevação semana após semana, teoricamente o fato dos consumidores estarem buscando proteínas alternativas contribuiria para uma melhora na demanda por carnes concorrentes, como o frango. “Mas não é isso que está acontecendo, pelo contrário”, disse. O alento é que os preços do milho voltaram a recuar durante a semana no Centro-Sul do Brasil, o que ao menos ajuda a evitar um aumento nos custos de produção.

Nesta semana, os preços do frango congelado tiveram recuo em São Paulo, tanto no atacado quanto na distribuição. Nesta quinta-feira (16), para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição foi cotado a R$ 3,95, ante os R$ 4,05 registrados na semana passada. O valor da coxa caiu de R$ 3,35 para R$ 3,30 e o da asa teve queda de cinco centavos, de R$ 5,45 para R$ 5,40. No atacado, o quilo do peito retrocedeu de R$ 3,90 para R$ 3,83, o da coxa de R$ 3,25 para R$ 3,18 e o da asa de R$ 5,25 para R$ 5,20.

Nos cortes resfriados, o preço do peito na distribuição caiu de R$ 4,25 para R$ 4,10 o quilo e o da coxa de R$ 3,55 para R$ 3,50. O quilo da asa seguiu em R$ 5,65. No atacado, o preço do quilo do peito foi reduzido de R$ 4,05 para R$ 4,00 e o quilo da coxa de R$ 3,35 para R$ 3,30. O quilo da asa foi mantido em R$ 5,45.

Iglesias afirma que as exportações vêm reagindo neste mês de abril, embora apresentem volumes inferiores aos embarcados no mesmo período do ano passado. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as exportações de carne de frango “in natura” do Brasil renderam US$ 171,2 milhões em abril (sete dias úteis), com média diária de US$ 24,5 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 109 mil toneladas, com média diária de 15,6 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.569,9.

Entre março e abril, houve alta de 6,8% no valor médio exportado, um avanço de 8,1% na quantidade e uma desvalorização de 1,2% no preço médio. Na relação entre abril de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve baixa de 17,2% no valor total exportado, perdas de 2% na quantidade total e desvalorização de 15,5% no preço médio.

O levantamento realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que o preço do frango vivo em Minas Gerais recuou de R$ 2,35 para R$ 2,25. Em São Paulo o quilo vivo recuou dez centavos e foi cotado a R$ 2,30.

Na integração catarinense a cotação do frango vivo seguiu em R$ 2,30. No Paraná, o quilo vivo teve queda de R$ 2,30 para R$ 2,27 na integração (oeste do Estado). Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo continuou em R$ 2,30.

No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango recuou de R$ 2,30 para R$ 2,20. No Distrito Federal o quilo vivo caiu de R$ 2,35 para R$ 2,25. Em Goiás o quilo vivo foi cotado a R$ 2,20, contra R$ 2,30 da semana anterior.

Em Pernambuco, por outro lado, o quilo vivo subiu de R$ 3,50 para R$ 3,60. No Ceará a cotação do quilo vivo avançou de R$ 3,50 para R$ 3,60, enquanto no Pará o quilo vivo passou de R$ 3,65 para R$ 3,70.

Exportações de carne suína têm bom ritmo no começo de abril

O mercado brasileiro de carne suína apresentou uma semana de poucas novidades, muito embora o ritmo de queda nas cotações tenha diminuído em relação às semanas anteriores, tanto ao produtor quanto no atacado. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Hedler, isso ocorreu pelo fato das vendas no atacado terem melhorado nessa semana, combinada ao bom desempenho das exportações.

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) as exportações de carne suína “in natura” somaram um volume total de 12,5 mil toneladas no acumulado dos primeiros sete dias úteis de abril, com faturamento total de US$ 30 milhões. A média diária ficou em 1,8 mil toneladas, incremento de 28,1% se comparado à média diária de 1,4 mil toneladas registrada no mês anterior. “Se os embarques continuarem nesse ritmo, o resultado final de abril pode ser recorde no ano, ao redor de 40 mil toneladas”, sinaliza.

A média de preços do quilo vivo na região Centro-Sul ficou em R$ 3,05 nesta quinta-feira (16), ante os R$ 3,06 praticados na semana passada. “As quedas foram mais limitadas ao longo da semana, ocorrendo em São Paulo, de 0,3%, no interior e integração do Rio Grande do Sul, de 2,2% e 2,0%, respectivamente, no Mato Grosso, de 0,7%. Nas demais praças o preço se manteve”, informa.

No atacado, Hedler sinaliza que os preços do pernil não apresentaram alterações, permanecendo em R$ 6,46. O quilo da carcaça apresentou uma queda pouco expressiva, de 0,1%, com o quilo recuando de R$ 4,91 para R$ 4,90.

Hedler destaca que a boa notícia da semana foi a nova queda nos preços do milho, o que inibe um pouco os custos de produção. “Nessa semana, os preços da saca de milho em São Paulo giravam ao redor de R$ 27,70, ante os R$ 32,00 praticados no mesmo período do ano passado. No Paraná e no Rio Grande do Sul as cotações também estavam 9,1% e 5,1%, respectivamente, menores em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma.

A análise de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo recuou de R$ 61,00 para R$ 60,80 ao longo da semana. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo caiu de R$ 3,00 para R$ 2,94, enquanto no interior a cotação caiu de R$ 3,12 para R$ 3,05. Em Santa Catarina o preço do quilo seguiu em R$ 2,93 na integração. No interior, a cotação seguiu em R$ 3,20. No mercado livre do Paraná a cotação permaneceu em R$ 3,12 o quilo e, na integração, o preço continuou em R$ 3,18.

No Mato Grosso do Sul a cotação permaneceu em R$ 3,10 na integração. Em Campo Grande a cotação seguiu em R$ 3,40. Em Goiânia, o preço continuou em R$ 3,30, mesmo valor praticado no interior de Minas Gerais. No mercado independente mineiro a cotação permaneceu em R$ 2,90. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis caiu de R$ 2,87 para R$ 2,85. Já na integração do estado a cotação subiu de R$ 2,50 para R$ 2,55.

 

 

Fonte: Agência Safras

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp