Cafeicultores brasileiros devem produzir 53 milhões de sacas de 60 quilos de café em 2019, em comparação aos 63 milhões na temporada anterior, com menor produção devido à bienalidade negativa do ciclo da commodity. A informação é da corretora e consultoria INTL FCStone.
Apesar do recuo, a produção em 2019 no maior exportador global ainda será significativa para um período de bienalidade negativa, apontou a FCStone, uma vez que a maior parte das lavouras de café no Estado de Minas Gerais, principal produtor, está em boas condições.
A consultoria espera que a produção do café arábica, variedade de maior qualidade amplamente utilizada pelas principais marcas cafeeiras, alcance 36.9 milhões de sacas, enquanto a produção de grãos robusta foi estimada em 16.1 milhões de sacas. A empresa não forneceu números comparativos para os dois casos.
“A safra brasileira, mesmo no ano negativo do ciclo de produção bienal, será grande. Ela será maior que qualquer outra safra passada em ano de baixa”, disse Fernando Maximiliano, analista de café da FCStone, durante apresentação em São Paulo, organizada pela associação de exportadores de café Cecafé.
O panorama provavelmente não fornecerá qualquer alívio aos produtores mundiais, que lutam para alcançar lucros enquanto os preços de referência rondam seus menores níveis em uma década.
“Isso pode ser baixista para o mercado, se a queda na produção brasileira não for capaz de reduzir o estoque remanescente da última safra recorde”, afirmou Maximiliano. “O mercado do café atualmente tem uma percepção de que há ampla oferta e que isso não mudará tão cedo. Esse fator impede a recuperação nos preços”.
Reuters