O início do plantio da soja não foi como os produtores esperavam. A falta de chuvas atrasou bastante os trabalhos na maioria dos estados. Ainda assim, o relatório de outubro da consultoria Safras & Mercado estima uma produção de soja ainda maior do que a prevista em setembro. Muito por conta do aumento da área, é verdade.
Segundo este último relatório da consultoria, a área plantada com soja no País poderá chegar a 38.3 milhões de hectares, ou seja, 1% maior que os 37.9 milhões de hectares estimados em setembro. Em 2019/2020 a área foi de 37.2 milhões de hectares.
Esse aumento de 1% na área pode gerar um impacto direto no tamanho da safra estimada agora em outubro, atingindo 133.517 milhões de toneladas, 1% a mais que as 132.171 milhões de toneladas da estimativa de setembro. Na safra 2019/2020 a produção chegou a 125.339 milhões de toneladas.
“Nossa última pesquisa mostra que as áreas a serem plantadas devem ser maiores do que as estimadas inicialmente, principalmente em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste”, disse o analista Luiz Fernando Gutierrez.
“Entretanto, ainda há possibilidade de que os atrasos no plantio culminem na não semeadura de algumas áreas esperadas devido ao cuidado com a janela para o plantio de uma segunda safra de milho ou algodão, no Centro-Oeste e Sudeste”.
Claro que com essa relação direta entre área e produção, a produtividade média esperada não mudou, e deverá chegar a 58,35 sacas por hectare em outubro (igual a de setembro).
“Não foram feitos ajustes nas produtividades médias esperadas. Entendemos que os atrasos acumulados no plantio, até o momento, ainda podem ser contornados, não comprometendo de forma ampla os potenciais produtivos das plantas. Se o clima for favorável nos próximos meses, ainda poderemos colher uma safra cheia ou com poucas perdas”, afirmou Gutierrez.
Quem terá o maior aumento em relação a 2019?
A resposta é óbvia: o Rio Grande do Sul. Até porque o estado registrou uma grande quebra no ano passado. Com isso, o aumento na produção deve chegar a 43,40%, passando das 13.9 milhões de toneladas em 2019/2020, para 19.9 milhões de toneladas em 2020/2021.
A área do estado deve aumentar apenas 1,70% nesta safra, chegando a seis milhões de hectares, contra os 5.9 milhões de hectares da temporada passada.
Roraima deve aumentar em 28,40% sua produção, chegando a 164.000 toneladas em 2020/2021, seguido por Santa Catarina, 16,90% (chegando a 2.6 milhões de toneladas). Fechando a lista está o Pará, que irá aumentar em 10,20% sua produção, chegando a 2.1 milhões de toneladas.
Quem mais produz soja no País?
Outra resposta óbvia: Mato Grosso. Se as estimativas da consultoria estiverem corretas, o Estado conseguirá superar o seu recorde de produção, atingido no ano passado, chegando agora a 35.6 milhões de toneladas, contra as 35.4 milhões de toneladas de 2019 (os dois dados são da Safras).
Na sequência aparece o Paraná, com uma produção estimada de 20.7 milhões de toneladas (0,90% menor que 2019), Rio Grande do Sul (já comentado antes), Goiás com 13.5 milhões de toneladas (0,10% a mais que em 2019), Mato Grosso do Sul com 11.6 milhões de toneladas (3,50% a mais que 2019) e fechando o Top 5 vem Minas Gerais, com 6.3 milhões de toneladas (igual a 2019).
Quem terá a maior quebra
Na verdade, o termo quebra não é o correto. Mas entre todos acompanhamentos, quem deve produzir menos soja em 2020/21, em relação a 2019, é o Distrito Federal, que pode colher 287.000 toneladas de soja agora, contra 296.000 toneladas do ano passado, com queda de 3,20%.
Junto a ele, apenas outros dois estados devem colher menos soja nesta safra: o Paraná, já citado acima, e São Paulo, que pode colher 0,50% menos.
Agência Safras
