Algumas lavouras de soja e milho da safra 2021/22 já começaram a ser colhidas no País. Seja por impactos do clima ou pela janela de plantio adiantada, a situação também antecipa a demanda de frete rodoviário.
O segmento segue aquecido com a movimentação de fertilizantes e deve ter nova alta com a entrada da safra. É o que indica o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O levantamento é feito nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Em Mato Grosso existe grande pressa e movimentação para que se libere espaço nos armazéns, de modo a receber a maior safra de soja da série histórica para o estado. Há registro de grande escoamento de milho para o mercado exportador, assim como ocorre a persistência do fluxo interno para atendimento ao mercado consumidor brasileiro.
O transporte para o mercado interno tem representado importante elemento de suporte às cotações do modal rodoviário ao longo dos últimos meses.
Nesse contexto, é preciso considerar a medida em que esse escoamento possa envolver longos trajetos, rotas pulverizadas, descarga normalmente agendada e mais morosa, fazendo com que um caminhão demore mais tempo para completar uma viagem, em prejuízo da oferta de transporte.
Aceleração
O plantio acelerado faz com que estimativas de entrada da nova safra sejam antecipadas, para que a colheita inicial já venha ocorrer em dezembro. Enquanto isso, um volume mais significativo deverá se concentrar em janeiro, possivelmente ao contrário do exercício anterior.
Na ocasião, houve um retardamento de toda a safra e maior movimentação logística apenas em fevereiro, com efeitos mais acentuados sobre o mercado de fretes rodoviários, a partir de fevereiro e, especialmente, em março.
Além da aceleração para se liberar espaço nos armazéns, ainda há grande fluxo de fertilizantes rumo ao estado, o que tem elevado o interesse dos demandantes por transportes em rotas envolvendo especialmente Santos e Paranaguá. Com isso, é possível constatar a continuidade da tendência de elevação nos preços dos fretes rodoviários.
Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, o mês de novembro, principalmente após sua segunda quinzena, foi marcado pelo aumento da demanda por veículos para o transporte de grãos. No entanto, a disponibilidade de veículos não supriu a demanda, forçando o mercado a elevar os valores ofertados em praticamente todas as rotas monitoradas.
Dentre os fatores que explicam essa conjuntura estão a necessidade de abertura de espaço nos armazéns para o recebimento da safra de verão, a alta da soja no mercado externo e a elevação da cotação do dólar.
Goiás
Em Goiás, o movimento dos preços de transporte em novembro nas cinco origens pesquisadas foi considerado melhor que o verificado em outubro passado, assim como em relação ao mesmo período de anos anteriores.
O principal movimento foi de soja para exportação, com grandes partidas saindo de Cristalina e Catalão para Uberaba e Araguari e de Bom Jesus de Goiás para Paranaguá.
Nesse momento, as tradings estão removendo dos armazéns a soja e milho remanescentes da safra passada. O objetivo é preparar os armazéns para a recepção da próxima safra, cujo início de colheita, em vários municípios da região, é esperado para meados de janeiro de 2022.
Em se tratando do comportamento dos preços, Rio Verde, Catalão e Bom Jesus de Goiás apresentaram elevação em relação a outubro, sendo mais acentuado em Rio Verde, com aumento para todos os destinos. Cristalina registrou preços, em termos médios, um pouco menores que em outubro.
Distrito Federal
O mercado de transportes no Distrito Federal continuou a operar com baixos volumes no mês de novembro, resultado da baixa movimentação de transportes rodoviários na região para as rotas com destino aos portos e no mercado interno.
Em relação aos preços coletados no ano passado, houve um leve aumento, com variações de até 5% se comparado ao mês anterior. Todavia, pode-se dizer que os preços se mostraram estáveis para a maioria das rotas pesquisadas.
Paraná
Por fim, no Paraná, houve uma queda para a rota de Toledo e Cascavel, em direção ao porto de Paranaguá. Segundo o mercado de transporte, a movimentação de carga ainda é baixa, por se tratar de período de entressafra para os cultivos de verão.
As rotas para o transporte de feijão partindo de Ponta Grossa com destino a São Paulo e Rio de Janeiro registraram um leve aumento. Durante consulta, ficou constatado que a alta não ocorreu em função da movimentação de carga, mas sim em razão dos constantes aumentos dos preços do combustível. Embora tenham sofrido redução em dezembro, não houve impacto na coleta dos valores de novembro.
Já a rota de Campo Mourão e Ponta Grossa, com destino ao Paranaguá, registrou um leve aumento, com pouca variação, não ultrapassando os 4%.
Fonte: Agrolink
Equipe SNA