Rio+20: remunerar por serviços ambientais alinha economia e sustentabilidade

As tecnologias geradas e aplicadas no Brasil fazem do desenvolvimento agropecuário nacional um modelo de sustentabilidade. Práticas tais como plantio direto e integração lavoura-pecuária sustentam uma agricultura que dobrou sua produtividade nas últimas décadas. Diante de evidências como a preservação média de 61% dos biomas brasileiros, as discussões em âmbito global sobre ampliação dos mecanismos preservacionistas precisam avançar para aspectos como o pagamento por serviços ambientais, de modo a remunerar a manutenção de reservas naturais.

A avaliação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul) e vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Riedel, depois de participar do seminário internacional “Crescimento em transição. Quais as expectativas para o encontro de cúpula Rio+20”, em Berlim (Alemanha), no último dia 27.

A participação do dirigente no evento se insere nas ações da CNA no sentido de demonstrar no cenário internacional que desenvolvimento do agronegócio brasileiro é sustentável. “A remuneração para quem preserva é uma questão pertinente diante da necessidade de alinhar a tão necessária agenda ambiental às questões econômicas e sociais que fazem parte da realidade brasileira”, defendeu Riedel. Na semana passada, a senadora Kátia Abreu debateu o tema na Cúpula de Agricultura Sustentável, promovida pelo jornal Financial Times, em Londres (Inglaterra). “Só o Brasil tem autoridade moral para dizer que é sustentável, porque se enquadra nos três pilares de sustentabilidade hoje defendidos pelos organismos internacionais: social, econômico e ambiental”, defendeu a senadora.

O vice-presidente diretor da CNA foi o único representante brasileiro no seminário, organizado para debater a conjuntura que se desenha para a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável que reunirá líderes de todo o mundo para discutir meio ambiente, em junho, no Rio de Janeiro. Entre os temas mais emergentes está a segurança alimentar, o desafio de garantir alimentos sem prejuízos ao meio ambiente diante do crescimento da demanda por produtos agrícolas e o impressionante número de um bilhão de pessoas subnutridas no mundo. “A necessidade de eficiência do produtor faz com que, naturalmente, as práticas que tornam nossa agropecuária competitiva estejam inseridas nos modelos de preservação”, sustentou Riedel.

Tendo como pano de fundo a economia verde (Green Economy), o evento de Berlim abordou a utilização eficiente dos recursos naturais, a evolução das tecnologias de produção alinhadas aos conceitos de preservação e as políticas de incentivos para métodos de cunho ambiental. Realizado pela fundação Friedrich Neumann para a Liberdade, o seminário foi acompanhado por jornalistas e formadores de opinião e teve a participação da especialista em meio ambiente da Costa Rica, Ana Quirós, e do porta-voz de política de meio ambiente da fração de FDP na Câmara de Deputados Federais da Alemanha, Michael Dauch MdB.

Fonte: Painel Florestal

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