Por Cristina Cruz
O Estado do Rio de Janeiro pode ficar livre da vacinação contra a febre aftosa. Para isso, deve cumprir os requisitos do Ministério da Agricultura, que lançou um plano estratégico para reconhecer o Brasil como livre da aftosa sem vacinação. O principal objetivo deste plano é alcançar novos mercados consumidores, além de favorecer a exportação para países que ainda não compram carne do Brasil, pois o rebanho ainda é submetido à vacinação.
Visa, também, a fortalecer as medidas de prevenção e redução das vulnerabilidades, aprimorar as capacidades do serviço veterinário oficial nos estados, solidificar as parcerias público-privadas e contribuir com a modernização da defesa agropecuária.
Desde 1997, o Estado do Rio de Janeiro não registra foco da doença. No Brasil, apenas o Estado de Santa Catarina é reconhecido com o status de livre da febre aftosa sem vacinação. Já o Paraná suspendeu a vacinação neste ano e busca o reconhecimento internacional.
De acordo com o cronograma do Ministério da Agricultura, o Estado do Rio de Janeiro e o restante do País podem deixar de vacinar contra a doença em 2021. Para tanto, devem cumprir uma série de ações que permitam comprovar que o rebanho brasileiro não será mais afetado, como: barreiras sanitárias, controle das rotas, vigilância específica nas fazendas, monitoramento, sorologia para a certificação de que não existe circulação viral, entre outros pontos.
É um Plano de responsabilidades compartilhadas. Por isso, a Secretaria de Agricultura vem realizando, com a presença do secretário Marcelo Queiroz, o “Fórum Estadual de Plano Estratégico 2017 – 2026”, para apresentar e discutir ações do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA.
Somente após a avaliação satisfatória da qualidade do serviço sanitário, que vem sendo auditado pelo Ministério da Agricultura por meio do programa Quali – SV, o Brasil ficará livre da vacinação.
“A Secretaria de Agricultura, em parceria com a Faerj, que representa o setor produtivo, e o Ministério da Agricultura estão realizando esses fóruns para dar ampla divulgação das ações que são necessárias para serem desenvolvidas por todos. Com isso, poderemos obter o status sanitário para que no futuro possamos caminhar sem vacinação”, disse Marcelo Queiroz.
O produtor rural José Carlos de Carvalho Pires participou do fórum realizado em Valença, e aproveitou para esclarecer várias dúvidas. Há 40 anos no campo, ele acredita que a não vacinação contra a febre aftosa é muito importante para os pecuaristas.
“A principal vantagem é econômica, sem dúvidas. A partir do momento que o rebanho não precisar mais ser vacinado, o manejo com o gado diminui, diminuindo também as despesas do produtor, mão de obra, inclusive o custo da vacina. Além disso, evita também o estresse no animal. Estou bem receptivo a essa mudança”, afirmou o produtor.
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento/RJ