O uso de ferramentas tecnológicas é uma das estratégias fundamentais para a competitividade da produção agrícola nas zonas tropicais. Isso porque o ambiente é extremamente favorável ao desenvolvimento de pragas e plantas daninhas, apontam especialistas ouvidos pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).
“Sem opções de tecnologia para combater os problemas inerentes à atividade agrícola, o produtor pode recorrer a práticas que representam risco para todo o sistema agrícola”, argumenta o pesquisador da Emprapa Trigo, Leandro Vargas. “A vida útil das tecnologias, se os trâmites regulatórios não acompanharem as demandas do campo, pode ser reduzida, implicando em prejuízos para a economia do País”, completa.
Somente após essas novas ferramentas serem regularizadas é que a Embrapa e outros órgãos poderão fazer testes com a cultivar e com os defensivos associados. Isso retarda a identificação de estratégias de manejo para fitopatologias. “A rotação de moléculas é extremamente necessária, pois assim evitamos a seleção de plantas tolerantes ao princípio ativo do defensivo químico utilizado”, afirma o engenheiro agrônomo Marcelo Gravina.
Para Fernando Adegas, pesquisador da Embrapa Trigo, “qualquer tecnologia que funcione com um mecanismo de ação diferente do já utilizado é interessante, inclusive uma planta geneticamente modificada tolerante a um outro herbicida”. Os especialistas são unânimes em alertar que a lentidão na liberação torna a proteção das lavouras cada vez mais difícil e cara, podendo, inclusive, inviabilizar a atividade.
Fonte: Agrolink