O escoamento da produção agrícola brasileira é feito majoritariamente pelo sistema rodoviário. O problema é que apenas 12,40% das estradas do País são pavimentadas, o que onera o produtor rural, uma vez que os preços são balizados pelo mercado internacional. Quem traz o alerta é a assessora técnica da CNA, Elisângela Pereira Lopes.
Segundo ela, além de pensar em investir em novos modais, é preciso se atentar, principalmente, para a estrutura viária. “Atualmente, 85% dos grãos produzidos no País utilizam os caminhões para o transporte”.
Nesta linha, somente 20% de tudo o que é transportado por meio de linhas férreas são destinados ao agronegócio, o que pode ganhar aumento significativo com a nova Lei das Ferrovias, a 14.273, que permite que a iniciativa privada invista em trilhos para prestar esse serviço.
“Se acredita que haverá um aumento da oferta, em especial para o agro, já que dos 80 pedidos de autorização, parte deles será destinado ao transporte de produtos agropecuários”, disse Elisangela.
Porém, segundo ela, é imprescindível que essas requisições saiam, de fato, do papel. “Esses 80 pedidos correspondem a 20.000 quilômetros de linhas férreas. Hoje utilizamos 12.000 quilômetros de ferrovias, então esse somatório de previsão de projetos melhora a matriz de transporte brasileira”.
Cabotagem
A assessora da CNA também acredita que a melhor infraestrutura logística do país se dará quando for criado um ambiente que tire a Lei 14.301, a BR do Mar, do papel.
“Mas já tivemos ganhos imediatos com o documento, sendo que o primeiro deles é a redução da alíquota para produtos importados, como os fertilizantes, tão necessários neste momento de redução de oferta por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia”.
Segundo Elisângela, outro benefício foi a prorrogação do reporto, ou seja, a garantia de isenções na compra e importação de máquinas e equipamentos utilizados para modernizar os portos nacionais.
“No entanto, ainda é preciso fazer um melhoramento da lei. Ela pode ser aprimorada mediante um regulamento, reduzindo, por exemplo, o custo do combustível para trazer mais interessados em prestar o serviço de cabotagem”, disse.
Fonte: Canal Rural