O acompanhamento mensal de preços da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra que, embora em ligeira recuperação desde fevereiro passado, o valor atual alcançado pela carne de frango in natura brasileira é mais de um terço inferior ao registrado três anos atrás.
Em abril último, conforme a FAO, o preço médio do produto in natura do Brasil girou em torno de US$ 1.420 a tonelada, enquanto em abril de 2013 foi comercializado por US$ 2.245 a tonelada, o maior valor já alcançado no mercado externo.
Não deveria ser assim, mas comparativamente aos perto de 37% de redução do frango brasileiro, os EUA enfrentaram redução proporcionalmente menor, de 31%. E não deveria ser assim – explica-se – porque, frente aos surtos de Influenza Aviária nos EUA, o produto do Brasil – que desde 2004 lidera as exportações mundiais – tornou-se “a bola da vez” no mercado internacional.
É claro que, diante dos embargos parciais ou totais declarados por vários países, os exportadores norte-americanos foram obrigados a recuar seus preços, forçando uma queda generalizada nas negociações externas.
Mas, consideradas as diferenças nos itens exportados – EUA: quase exclusivamente “leg quarters”; Brasil: cortes em geral, mas inclusive cortes “nobres”, além do frango inteiro – seria lógico esperar que as perdas brasileiras fossem menores, o que não ocorreu.
Parece, neste caso, que o setor deixou-se levar pela valorização do dólar, ignorando em parte as condições do mercado internacional. Ou então – como cita frequentemente um player do setor – o maior concorrente da carne de frango do Brasil no mercado externo é o próprio exportador brasileiro.
Fonte: AviSite