Por Karen Braun*
Os preços do milho e da soja estão próximos de máximas, mas os EUA venderam volumes recordes de seus cultivos básicos para exportação do próximo ano comercial, potencialmente indicando que a demanda continuará forte em 2023.
Essa tendência também provavelmente reflete as preocupações dos principais compradores, como a China, de que a oferta global pode continuar apertada por pelo menos mais um ano. Isso pode manter as exportações dos EUA elevadas pelo terceiro ano consecutivo, dadas as safras de verão (do Hemisfério Norte) bem-sucedidas.
Até 21 de abril, os exportadores dos EUA haviam vendido 14.95 milhões de toneladas (560 milhões de bushels) de milho e soja para embarque na temporada 2022/23, que começa a partir de 1º de setembro. Isso significa um aumento de 63% em relação ao ano anterior, quando os volumes registraram máximas de vários anos.
Ambas as culturas impulsionaram igualmente esse aumento e estão em ritmos recordes de forma independente. As vendas de milho da nova safra atingiram 4.2 milhões de toneladas, com aumento de 61% no comparativo anual, e as de soja subiram 64%, totalizando 10.7 milhões de toneladas.
China
A China assumiu o posto de principal comprador de milho dos EUA em 2020/21, mas o cliente líder tradicional, o México, está no topo da lista para as compras do atual ano comercial e do próximo, com 1.72 milhão de toneladas adquiridas para 2022/23. A China comprou 1.56 milhão de toneladas até 21 de abril.
Não está claro se a China pretende continuar a ser um dos principais importadores globais de milho, desde o aumento das compras em 2020, embora seu recente interesse nos EUA possa indicar ansiedade sobre os próximos suprimentos da Ucrânia, fornecedor tradicional da China.
Também houve incerteza sobre a força da demanda de soja da China, já que o caro farelo de soja teve a demanda para rações reduzida, mas as 7 milhões de toneladas da oleaginosa dos EUA já compradas para o próximo ano comercial são recordes e bem acima de qualquer coisa vista nos últimos anos.
*Karen Braun é analista de mercado da Reuters. As opiniões expressas acima são de responsabilidade dela.
Fonte: Reuters