A indústria brasileira processadora de cacau recebeu 15.201 toneladas em setembro, o que corresponde a um aumento de 42% em comparação com as 10.703 toneladas no mês anterior.
Em relação ao mesmo mês de 2021, houve uma queda de 27,20%, já que em setembro do ano passado o volume recebido foi expressivamente superior (20.879 toneladas). A informação é da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), com base em dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores.
A diretora-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, indicou, em comunicado, que “a safra temporã (fora de época) de 2021 teve resultados muito positivos, que persistiu mesmo após o encerramento do período. Agora em 2022 os números estão relativamente estáveis, talvez demonstrando que a recuperação da produção está se consolidando”.
Entretanto, o acumulado dos nove primeiros meses de 2022 ainda registra um recuo mínimo, se comparado com o ano anterior, de aproximadamente 0,03%. No período, foram recebidas 153.515 toneladas de amêndoas, contra as 153.559 toneladas no mesmo período de 2021.
Moagem
Entre janeiro e setembro de 2022, a moagem de amêndoas foi de 165.356 toneladas, uma queda de cerca de 1% em relação às 166.968 toneladas do mesmo período anterior. Na comparação entre agosto e setembro, o volume processado aumentou 0,02%, passando de 19.693 para 19.697 toneladas.
Em relação a setembro de 2021, houve um aumento de 10,10%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 17.889 toneladas. “A moagem no mundo tem registrado reduções em virtude da instabilidade econômica global”, informou Anna Paula.
No Brasil não é diferente, mas ainda que estejamos com um volume menor do que no ano passado, a perspectiva é que volume de moagem se aproxime da média dos últimos cinco anos, que é de 220.000 toneladas”, acrescentou a diretora da AIPC.
Importação
Em setembro não houve importação de amêndoas, sendo que o acumulado até agosto foi de 11.034 toneladas em relação as 46.757 toneladas importadas entre janeiro e setembro de 2021. Anna Paula indicou que, “com os resultados positivos da safra a necessidade por cacau importado tem sido reduzida, e a perspectiva é que nos próximos anos essa queda na importação seja ainda mais forte”.
Derivados
As exportações de derivados, que atendem principalmente aos mercados dos Estados Unidos, Argentina e Holanda, também diminuíram no acumulado do ano, caindo de 40.656 toneladas em 2021 para 37.462 toneladas neste ano, redução de 7,90%. A diretora da AIPC informou que “o cenário global de retração na Europa e EUA e a crise na Argentina tem impactado negativamente as exportações de derivados”.
Volumes
O recebimento de amêndoas por estado teve como destaque o volume enviado pela Bahia, de 98.044 toneladas no acumulado deste ano, representando uma queda de aproximadamente 9,70% em relação às 108.621 toneladas de 2021.
Em seguida está o Pará com 48.954 toneladas, volume que cresceu 23% em comparação com as 39.778 toneladas do mesmo período de 2021. Seguem o Espírito Santo, com 4.949 toneladas contra 3.738 toneladas (aumento de 32,40%) e Rondônia, com 1.257 toneladas contra 1.387 toneladas (queda de 9,40%).