A primeira etapa do Rally da Safra registrou rendimentos da soja precoce melhores do que os do ano anterior no meio-norte e oeste de Mato Grosso na semana passada (de 13 a 17 de janeiro), disse o coordenador da Equipe 1 e analista da Agroconsult, Fabio Meneghin, em vídeo oficial do Rally divulgado na página do evento.
Segundo Meneghin, algumas áreas dessas duas regiões enfrentaram problema de falta de chuva no plantio, mas as lavouras se recuperaram com boas precipitações ao longo do ciclo. Nas primeiras colheitas da soja precoce, foi possível observar “grandes produtividades”.
“Os produtores, de forma geral, estão colhendo lavouras entre 10% e 15% acima do início da safra do ano passado”, afirmou Meneghin no vídeo. Algumas áreas chegaram a ter falta de chuva também no desenvolvimento.
Em Lucas do Rio Verde, 150.000 a 200.000 hectares enfrentaram “um bolsão de seca”, mas isso não teve tanto efeito sobre o desempenho das lavouras, segundo o analista. Ele relatou pouca incidência de pragas, com exceção de alguns ataques de percevejos e lagartas Spodoptera, e doenças bem controladas.
Com relação ao milho e ao algodão, o coordenador da Equipe 1 destacou que produtores visitados pelo Rally estavam inicialmente receosos quanto ao calendário de plantio da safrinha. “Mas, no fim desse ciclo, nós tivemos um tempo um pouco mais seco. Produtores conseguiram dessecar as lavouras, e o dessecante acabou funcionando num tempo menor”, indicou o analista, no vídeo.
“Isso ajudou a antecipar um pouco o ciclo das lavouras, e, com isso, os produtores foram abrindo mais calendário em relação ao previsto inicialmente para o plantio do algodão e do milho safrinha.” A dessecação da soja, com uso de herbicida, é uma prática usada para uniformizar a área de plantio, controlar plantas daninhas e antecipar a colheita.
Segundo Meneghin, produtores das áreas visitadas durante o Rally relataram maior intenção de plantio da safrinha de milho este ano em virtude do bom momento do mercado.
“A gente está vendo preços realmente muito bons em Mato Grosso com as novas indústrias de etanol mudando um pouco da perspectiva de mercado que a gente tinha antes, que era mais ligada à paridade de exportação”, disse o analista.
“A gente vê hoje os produtores aumentando a área plantada de milho safrinha, inclusive até acima do planejado inicialmente, e o investimento nessas lavouras.” Meneghin informou que produtores das duas regiões visitadas pela Equipe 1 estão optando por híbridos simples e incremento na adubação média.
A segunda equipe do Rally da Safra vai a campo entre 27 e 31 de janeiro para verificar as condições das lavouras de soja nas regiões sudeste de Mato Grosso, sudoeste de Goiás e norte de Mato Grosso do Sul. Segundo nota da Agroconsult, a chuva demorou para cair em Goiás e, quando o clima se normalizou, produtores aceleraram o plantio.
“Houve atraso, mas boa parte dos produtores conseguiu plantar na janela mais adequada. As lavouras de soja precoce estão com um bom desenvolvimento até o momento”, afirmou, em nota, o coordenador da Equipe 2, André Debastiani.
Em Mato Grosso do Sul, os veranicos em novembro também atrasaram o plantio da soja, mas após a regularização do clima, as lavouras recuperaram o potencial e a expectativa é de elevação da produtividade em 10,80% em relação a 2018/19, chegando a 55,8 sacas/hectare, segundo a consultoria.
A 17ª edição do Rally terá 11 equipes, das quais nove avaliarão as lavouras de soja até o mês de março e três irão a campo entre maio e junho para verificar as áreas de milho segunda safra.
Broadcast Agro