O período prolongado de chuvas é apontado como responsável pelo aumento da produtividade das lavouras e garantiu o desempenho recorde da safrinha de milho 2014/15, ou, como está sendo chamada agora, segunda safra.
“Pelo segundo ano consecutivo o milho salvou a renda do produtor”, disse André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult, ao apresentar, em São Paulo, os resultados da etapa Safrinha do Rally da Safra 2015.
O levantamento foi realizado em 306 lavouras de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná entre os dias 24 de maio a 13 de junho e foram constatadas altas produtividades em campo, que deverão resultar em uma safra de 52,9milhões de toneladas, 9,3% superior à passada. A produtividade atingiu a média de 92,9 sacas por hectare, contra 85,1 sacas por hectare registradas em 2013/2014.
Com este resultado alcançado, somado aos alcançados durante levantamento (verão) feito no último mês de fevereiro – 30,8 milhões de toneladas -, a safra total de milho total deverá alcançar 83,7 milhões de toneladas, ganho de 4,6% e um novo recorde para o País. Além dos desses quatro Estados, o Rally da Safra percorreu o Rio Grande do Sul, Santa Catarinha, Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Minas Gerais.
RESULTADOS
De acordo com André Pessôa, as produtividades das áreas precoces ficaram acima da expectativa na maioria das regiões visitadas. Nas áreas mais tardias, as chuvas se prolongaram até o mês de junho aumentando o potencial produtivo.
“Em Goiás, a safra é surpreendente, os produtores investiram no milho de segunda safra para compensar a queda na rentabilidade da soja, aumentando a área plantada e a tecnologia”, exemplificou.
Ainda de acordo com o levantamento da etapa Safrinha do Rally da Safra 2015, No Mato Grosso do Sul as lavouras também apresentam boa uniformidade, com rendimento acima das expectativas iniciais. No Pará, as áreas já colhidas demonstraram boa produtividade, com rendimento acima de 150 sacas/hectare AM alguns talhões amostrados.
ARMAZENAGEM
Com um volume tão grande, segundo Pessôa, os produtores estão preocupados com o armazenamento da safrinha e há registros de aumento na procura por silos bag no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A pressão da exportação junto com a safra de soja em julho e agosto também é um fator de preocupação.
“O cenário será exatamente como o do ano passado. Apesar de esperarmos um escoamento de milho muito acelerado por conta de vendas antecipadas por boa parte dos produtores e embarques bastante robustos, já a partir da segunda quinzena de julho, vamos ter cenas parecidas com as do ano passado”, explicou o diretor da Agroconsult.
Outro atenuante, apontou, é o aumento da venda de silo bag. “Não temos estatísticas, o que apuramos durante o Rally, é que o já não tinha o produto no mercado brasileiro para atender a demanda. Tudo o que tinha foi vendido. Parte do milho que vemos embaixo da lona preta a céu aberto, na beira da estrada, vai para silo bag, o que não significa que o problema da armazenagem está resolvido. Temos muito mais produção que capacidade de armazenagem”, acentuou.
Por equipe SNA/SP