Raízen envia dados de produção errados à ANP e pode ser penalizada

Imagem de Freepik

A Raízen foi advertida pela segunda vez por ter aumentado sua capacidade de produção de etanol sem a apresentação de justificativas aceitáveis. O alerta partiu da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que também informou que a sucroenergética corre o risco de perder sua licença de produção.

Conforme reportagem da Folha de São Paulo, o problema foi identificado em uma fiscalização realizada em junho. Segundo as fontes consultadas, os fiscais da agência verificaram que a Raízen informou números inverídicos entre fevereiro e maio deste ano. No total, foram 59 registros “inconsistentes” e “inverídicos”, todos referentes à produção de etanol em unidades de São Paulo e Goiás.

Ainda segundo a apuração da Folha, a Raízen informou à ANP ter produzido pouco mais de 439 milhões de litros de etanol a partir de 808,8 mil toneladas de matéria-prima, entre cana-de-açúcar, melado, bagaço e palha. O valor representa cerca de 2 kg para cada litro de etanol. O próprio site da sucroenergética, no entanto, afirma que a produção de um litro de etanol anidro demanda em torno de 12 kg de cana de açúcar – ou seja, seis vezes mais que o reportado.

Por conta da reincidência no problema, a ANP enviou um documento à companhia afirmando que a Raízen corre o risco de ter seu registro de produtora de etanol suspenso. Ao longo de 2022, segundo informações do Notícias Agrícolas, a empresa apresentou registros incorretos em sete meses, por 18 unidade.

Ainda conforme a reportagem da Folha de São Paulo, a agência aguarda um retorno da Raízen antes de enviar o processo para julgamento.

Procurada, a sucroenergética afirmou que houve “um erro formal no envio de informações à ANP que foi prontamente corrigido”. A companhia completa: “Tal equívoco foi pontual e não trouxe qualquer prejuízo à fiscalização da agência ou dano a seus clientes e ao abastecimento”.

Fonte: NovaCana
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