O relatório mais recente do Rabobank, “China’s Animal Protein Outlook to 2020”, estimou que a China vai continuar no topo da lista de importadores globais de carnes e deverá puxar o crescimento do mercado internacional nos próximos anos. A elevação de renda da população chinesa direciona os consumidores a produtos de maior valor agregado, especialmente as carnes.
O Rabobank prevê que as importações totais de carnes da China continental ultrapassem seis milhões de toneladas em 2020, sendo a carne bovina brasileira um dos principais beneficiários desse crescimento.
O Brasil deverá ocupar grande fatia do crescimento previsto em quase um milhão de toneladas adicionais nas importações de carne bovina pela China. “O fato é que a China tem uma escassez estrutural para a produção de bovinos”, indica o banco. Estima-se que em 2020 o Brasil possa exportar cerca de dois milhões de toneladas para o país asiático. É um mercado potencial que representa mais de 50% das exportações totais do Brasil.
O banco também destaca que outros exportadores, do mesmo modo, estão de olho no mercado chinês. A Austrália deverá elevar sua competitividade, visto que o acordo de livre comércio entre os dois países (Chafta) reduzirá gradativamente as tarifas de comércio nos próximos nove anos.
Além da Austrália, os Estados Unidos também estão negociando acesso direto ao mercado da China, que hoje ainda é focado em Hong Kong. “De fato, o aumento de competitividade poderá causar impactos não só em volumes, mas também em relação aos preços médios”, destaca o relatório. Além disso, o Rabobank ressalta a necessidade de estar atento às exigências do mercado chinês.
Em relação à carne bovina, por exemplo, o produto brasileiro é utilizado como ingrediente industrial ou voltado para mercados de menor valor agregado. Já “os concorrentes do Brasil têm foco em canais de venda mais próximos do consumidor final”. Por isso, definir um posicionamento estratégico de longo prazo será fundamental para a evolução do mercado nacional.
Fonte: Notícias Agrícolas