“A agricultura brasileira exerce forte concorrência com a agricultura europeia e dos Estados Unidos, e essa disputa comercial deságua no uso, por parte dos concorrentes, da questão ambiental como instrumento de vantagem comparativa para nivelar a concorrência, que é muito difícil e desfavorável para eles”.
A afirmação foi feita pelo ex-ministro Aldo Rebelo, que participou na sexta-feira (11/8) de um painel sobre meio ambiente no I Congresso Nacional de Direito Agrário, no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), no centro do Rio de Janeiro.
Rebelo observou que a questão ambiental muitas vezes é utilizada por outros países como instrumento de pressão. Nesse aspecto, o deputado fez críticas à Noruega, afirmando que “o país quer dar lições de meio ambiente ao Brasil, mas tem apenas 0,3% de vegetação original nativa, enquanto o Brasil tem 70%, em sua maior parte preservada dentro das propriedades rurais, sendo que os proprietários respondem pelos danos que possam ocorrer”.
Ele ressaltou que a questão ambiental “é um trunfo para o Brasil, que já é vocacionado para a proteção” e acrescentou que “o meio ambiente deve ser defendido de forma equivalente e correlata à produção de alimentos”.
Sobre o Código Florestal, que já vigora há cinco anos, Rebelo lembrou que “a legislação conseguiu trazer para a legalidade 90% das propriedades inseridas no Cadastro Ambiental Rural, que estavam na clandestinidade, incluindo áreas produtivas”.
“Com a bandeira do meio ambiente, é possível influenciar o mundo”, concluiu.
Por equipe SNA/Rio