Quatro estados produzem 87,50% da área de soja convencional brasileira

A produção de soja convencional vem diminuindo no Brasil desde a introdução das sementes geneticamente modificadas. A soja livre de transgenia, porém, traz vantagens aos produtores rurais interessados em nichos de mercado e em se manterem livres para escolher quais variedades e produtos usar em suas lavouras.

Em levantamento realizado pelo Instituto Soja Livre, Mato Grosso é o principal produtor de soja convencional do País, utilizando 602.200 hectares, o que representa 52,80% do total da área destinada para estes cultivares. Em seguida vem o Paraná, com 206.300 hectares (17,80%), Goiás com 113.400 hectares (9,60%) e Mato Grosso do Sul com 85.500 hectares (7,30%).

Os estados de Roraima, Minas Gerais, Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal, São Paulo, Maranhão, Bahia, Santa Catarina e Pará representam 12,60% da área total plantada com soja convencional.

O presidente do Instituto Soja Livre, Endrigo Dalcin, ressalta que cada estado tem sua particularidade, que os pequenos e médios produtores têm mantido a produção de soja convencional e conseguido renda extra, e acrescenta que há mercado internacional para o produto.

“Precisamos de prêmios firmes para que o agricultor brasileiro continue e volte a plantar soja convencional. Sabemos que isso pode trazer mais renda para os produtores rurais nas pequenas e médias propriedades”, afirma Dalcin.

Na safra 2019/20 brasileira, foram plantados 1.5 milhão de hectares de soja convencional, com produção de 5.1 milhões de toneladas. Mato Grosso ocupou metade desta área, produzindo dois milhões de toneladas de soja sem modificação genética.

O Instituto Soja Livre trabalha com a FoodChain ID, empresa de certificações internacionais para a soja. O objetivo é que, em médio prazo, a soja convencional brasileira possa ser certificada e consiga livre acesso aos mercados europeus e também chinês.

Para Augusto Freire, diretor da FoodChain ID, o mercado internacional varia bastante em relação ao abastecimento com soja convencional. “A Índia é um grande país produtor de soja convencional e abastece muitos países europeus. Por isso, há anos em que o prêmio é melhor, e em outros, pior. Buscamos a certificação porque será um grande diferencial em relação a este concorrente que não tem preocupação com sustentabilidade, por exemplo”.

Outro mercado focal da soja convencional brasileira é o chinês. Freire explica que a classe média chinesa é maior que toda a população brasileira e têm interesse em produtores livres de transgênicos para consumo humano.

“Quando este mercado engrenar, será um grande salto para a nossa produção e já existem projetos pilotos de embarque de contêineres para a China. Precisamos informar isso aos europeus e exigir que voltem a fazer contratos de longo prazo com os produtores brasileiros com prêmios atrativos”, conclui o executivo.

 

Fonte: Soja Livre

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