A concentração de produção agrícola nos Estados de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, que de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) representa 67% da safra nacional de grãos, se deve, segundo Sávio Pereira, secretário substituto de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, à alta tecnologia e a disponibilidade de terras nesses Estados.
O último levantamento de safra, divulgado no último dia 11, indicou produção recorde de 232 milhões de toneladas. Em primeiro lugar, vem Mato grosso, com 58 milhões de toneladas, em segundo, Paraná com 41,5 milhões, em terceiro, Rio Grande do Sul, com 35,3 milhões e, em quarto lugar, Goiás, com 22 milhões de toneladas.
No caso do Mato Grosso, há variáveis relevantes, como a extensão de suas áreas de plantio pouco exploradas até poucos anos. E, ainda, propriedades com tamanho acima da média nacional, uso de tecnologia avançada.
Já em Goiás, a localização próxima ao mercado consumidor é uma vantagem. “O plantio e a colheita de soja já nasceram sofisticados e mecanizados no Brasil. O cultivo começou nos anos 70 e se tornou muito lucrativo, forçando a melhoria de competitividade de outras culturas para não cederem áreas para a produção exclusiva de soja. Assim, a soja foi o principal vetor de modernização da agricultura no País”, observa Pereira.
GOIÁS
De acordo com o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Cristiano Palavro, em Goiás o crescimento da produtividade das lavouras foi o principal fator para a elevação da produção neste ano, já que o aumento da área plantada foi pouco expressivo (apenas 0,3% em relação à passada).
“Esta elevação da produtividade é fruto de uma série de fatores, como os pesados investimentos dos produtores rurais em tecnologias, insumos e práticas produtivas de alta eficiência, aliados às boas condições climáticas durante toda a safra nas principais regiões produtoras do Estado”, diz.
As chuvas, avalia Palavro, vieram cedo neste ano, possibilitando um plantio mais antecipado da soja no início de outubro. E isso foi importante para aproveitar a melhor janela de plantio do milho safrinha durante o mês de fevereiro, principalmente, “o que certamente refletirá em boas produtividades do cereal, já que as chuvas ainda têm caído com frequência, mesmo agora em maio, quando os volumes normalmente diminuem bastante”.
“Em resumo, tecnologia e manejo das lavouras de excelência, aliado a uma boa condição climática neste ano, são os fatores principais para o sucesso desta safra”, diz.
Fonte: Faeg com informações do Mapa