O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu, na manha manhã desta segunda-feira (24), a fazenda São Lukas, em Hidrolândia, no interior de Goiás.
É a segunda vez que a fazenda é ocupada pelo MST em 2023. A primeira aconteceu em março.
Segundo o movimento, um grupo de cerca de 600 famílias realizou a ocupação na fazenda.
O MST diz que a ação tem como objetivo chamar a atenção do governo federal para a situação da propriedade, que pertence à União desde 2016.
A reivindicação das famílias é que a fazenda seja destinada à criação de um novo assentamento.
Segundo o movimento, antes de ser incorporada ao patrimônio da União, a fazenda São Lukas pertencia a um grupo criminoso condenado em 2009 por crimes de exploração sexual e tráfico internacional de pessoas.
“Acreditamos que a terra não pode ser usada para a exploração. Seja a humana – como os crimes sexuais, de trabalho análogo à escravidão e outros – ou aquelas explorações que destroem a terra por meio do uso de agrotóxicos, do monocultivo, do uso intensivo de água, da apropriação dos bens comuns da natureza”, diz um comunicado do MST.
Primeira invasão do MST
Em março, integrantes do MST ocuparam a fazenda no interior de Goiás no dia 26. No dia 28, a Polícia Militar de Goiás retirou os invasores.
Naquela oportunidade, a PM-GO assegurou que a ação “desinvasão” de terra ocorreu de maneira cooperativa.
“A Polícia Militar acompanhou a retirada dos ocupantes, garantindo sua segurança, providenciando ônibus para transporte, apoio médico e de alimentos”, disse o texto da PM.
O MST, no entanto, afirmou que o governo de Goiás tentou “reprimir a ocupação pacífica e democrática, com uma operação totalmente ilegal e violenta para despejar as famílias, mesmo a propriedade ocupada sendo de competência da União”.
Em março, o departamento jurídico da prefeitura de Hidrolândia disse que a propriedade é administrada pelo município desde 2022, após acordo com a Superintendência de Patrimônio da União.
Os planos são transformar o local em uma horta comunitária.