Projeto prevê criação de Centro Nacional de Excelência em Fertilizantes

 

O Rio de Janeiro poderá ganhar um Centro Nacional de Excelência em Fertilizantes. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, vai analisar com os deputados da Casa a possibilidade de doar R$ 30 milhões para a criação do polo, com recursos provenientes da economia do próprio orçamento da Alerj.

Segundo Ceciliano, o Centro terá como base um Projeto de Lei que cria o Plano Estadual de Fertilizantes. “Atualmente, o País importa cerca de 85% dos fertilizantes utilizados aqui. Essa é uma janela de oportunidade para o Rio investir em tecnologia e produção nesse setor”, disse.

“Temos em nosso estado grandes e renomadas universidades. Temos vontade de fazer acontecer e também matéria-prima, um conjunto difícil de reunir. Muitos países não têm matéria-prima, eles transformam. Nós já temos. O Brasil é o maior exportador de milho no mundo e só perdemos na produção para os Estados Unidos e a China. Vou levar aos 70 deputados a proposta dessa doação”, complementou o presidente da Alerj.

“Não acredito que teremos objeções. O recurso doado será fruto dos R$ 500 milhões economizados pela Casa anualmente”, afirmou Ceciliano durante recente reunião do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio.

Parque tecnológico

O valor estipulado para a criação do centro de excelência foi calculado por uma empresa de engenharia contratada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações, para avaliar o custo da reforma de um prédio desativado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na audiência, o secretário de Desenvolvimento Vinícius Farah  antecipou que o governo está criando um grupo de trabalho para estudar os investimentos nesse setor.

“O Rio ter um centro tecnológico específico para fertilizantes é fundamental. Se conseguirmos essa doação do Parlamento, vamos transformar o que hoje é um passivo em um grande ativo para o estado. Já solicitei ao presidente Ceciliano a indicação de um parlamentar para fazer parte deste grupo de trabalho”, disse Farah.

Oportunidade

O diretor-executivo do Parque Tecnológico da UFRJ, Vicente Ferreira, acrescentou que será fundamental revitalizar o prédio. “Com inovação, vamos aumentar a nossa produtividade. Deixo garantido que vamos ajudar no que for possível. Entendemos a importância desse setor no estado”, garantiu Ferreira.

Para o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Carlos Polidoro, o Rio tem o maior ecossistema de inovação favorável para a aplicação dessa tecnologia. “Temos universidades, a Faperj e o Parque Tecnológico da UFRJ. No País, teremos hubs que vão nos conectar com todas as regiões. Por isso, essa é uma grande oportunidade para o Rio”, afirmou.

Mão de obra qualificada

Para o presidente do Conselho Regional de Química do Rio, Rafael Almada, o estado conta com mão de obra qualificada e com potencial para investir em fertilizantes orgânicos, que segundo ele é uma tendência mundial.

“Temos uma forte formação no estado desses profissionais. Dos 216 mil químicos formados no país, 26 mil estão no Rio. Além disso, todas as formações da área química podem ajudar na construção dessa política, principalmente os fertilizantes orgânicos, que têm crescido muito. Temos um papel essencial nessa produção”, disse.

Plano Nacional

Durante a reunião do Fórum de Desenvolvimento Estratégico também foi sugerida a possibilidade de aproveitar o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), divulgado pelo governo federal para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes, para impulsionar a economia do Rio.

“O plano traz uma série de medidas visando ao aumento da produção até 2050 e o estado fluminense tem muito para crescer com esses investimentos. Usar a UFRJ para que essa dependência diminua é muito inteligente. Lembrando que os investimentos para esse setor são altos e a maturação leva entre dois e três anos”, concluiu o diretor de Projetos Estratégicos da União, Bruno Caligaris.

 

 

Fonte: Alerj

Equipe SNA

 

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