Produtores e autoridades se mostram mais otimistas para o ciclo 24/25

Otimismo domina previsões para o ciclo 2024-2025/Designed by Freepik

Boas perspectivas na avaliação do USDA

Após prognósticos de retração no biênio 2023 – 2024 se confirmarem nos dados oficiais do PIB, conforme o Portal SNA abordou recentemente, os olhares agora se voltam para as safras do período 2024 – 2025, quando as lavouras já terão se recuperado dos efeitos mais fortes de eventos climáticos que castigaram boa parte do país desde o segundo semestre de 2023.

As consequências negativas vieram também em função de oscilação nos preços de insumos e matéria prima que desempenham papel fundamental nas diversas cadeias produtivas. Autoridades, agricultores, estudiosos e até mesmo observadores internacionais estimam que a recuperação será substancial, com condições gerais de clima e mercado mais favoráveis.

Um relatório feito pelo adido em Brasília do departamento de agricultura dos EUA (USDA) estima que a safra brasileira de milho no ciclo 2024/25 deverá atingir 129 milhões de toneladas. A projeção indica um aumento de 5,7% na comparação com a oferta prevista para a atual temporada. Ademais, o documento projeta que a área plantada com trigo no Brasil pode alcançar 3,6 milhões de hectares na temporada 2024/25. Se confirmado, será um crescimento de 7,5% na comparação com a safra anterior. Por fim, o adido salienta que a produção na próxima temporada deverá crescer 19,5%, com uma colheita de 9,8 milhões de toneladas, após as condições climáticas adversas afetarem a produção.

Planos do MAPA em conjunto com entidades do setor

O Ministério da Agricultura, por sua vez, quer fortalecer o orçamento da área, diante da alta nos preços dos alimentos que puxou a inflação de itens básicos e gera um desgaste inevitável para o governo. O secretário de política agrícola da pasta, Neri Geller, acredita que, com mais recursos para a comercialização e equalização dos juros, o estímulo para produção e a redução das cotações se seguirão naturalmente. Em pronunciamento público essa semana, Geller admitiu que não há fórmula mágica para baratear os itens com rapidez, mas acredita que o movimento sazonal de alta nas cotações de alguns produtos vai passar em breve.

O governo já trabalha com a perspectiva de reforçar a verba destinada à equalização de juros do Plano Safra 2024/25 para incentivar o plantio de culturas como arroz, feijão, milho e trigo, aumentar a oferta dos alimentos a nível nacional e segurar os preços aos consumidores. Esses produtos foram severamente impactados nos últimos nos, e estão entre aqueles cuja comercialização o Ministério deseja fomentar com um orçamento “turbinado”.Geller indicou a necessidade de um trabalho em conjunto com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para garantir essa suplementação orçamentária no Congresso, inclusive com destinação de parte dos quase R$ 60 bilhões de emendas impositivas para a rubrica da comercialização agrícola.

Atualmente, o orçamento destinado aos mecanismos de compras públicas, formação de estoques e operações de sustentação de preços no Ministério da Agricultura é de R$ 757,1 milhões. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem outros R$ 292,6 milhões para a formação de estoques públicos por Aquisições do Governo Federal (AGF), totalizando pouco mais de R$ 1 bilhão. Para a equalização de juros, o governo separou R$ 1 bilhão para custeios e R$ 3,4 bilhões para investimentos sob gestão do Tesouro Nacional.

Geller complementou que o objetivo é impulsionar os contratos de opção, operacionalizados pela Conab. Previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o mecanismo foi utilizado no passado, mas caiu em desuso quando os preços das commodities atingiram recordes. Segundo ele, o mecanismo dá uma sinalização ao mercado e garante a renda ao produtor. Os contratos deverão ser lançados antes do início do plantio desses produtos. Algumas iniciativas devem ser tomadas já na safra de inverno de 2024, no caso do trigo.

De acordo com a Conab, os contratos de opções de venda pública são uma modalidade de seguro de preços que dá ao agricultor o direito de vender seu produto ao governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado. A ferramenta é lançada quando o mercado está abaixo ou com tendência a atingir valor menor que o preço mínimo, e o governo tem interesse de sinalizar preço futuro ao mercado para incentivar o plantio e o abastecimento.

Por Marcelo Sá – jornalista/editor (MTb 13.9290)

 

 

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