Produtores de soja economizam 50% na aplicação de inseticidas

Monitoramento de pragas na soja. Foto: Antonio Neto/Embrapa Soja

Nos últimos 10 anos, os produtores do Paraná, que adotaram o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura da soja, conseguiram reduzir, em média, 50% nas aplicações com inseticidas. Este é um dos resultados surpreendentes que a Embrapa Soja e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) observaram em trabalhos comerciais de soja que adotam as boas práticas agrícolas. As informações estão apresentadas na publicação recém-lançada Resultados do manejo integrado de legislações da soja na safra 2022/2023 no Paraná (Documentos 455) .

O MIP Soja é recomendado desde os anos 70, porém, nos últimos dez anos, foram sistematicamente acompanhados 1.639 trabalhos que adotaram as estratégias preconizadas pelo MIP. Esses trabalhos reduzem de 3,6 para 1,7 o número de aplicações de inseticidas. “O valor é equivalente a uma economia de 2 sacas de soja por hectare. Essa redução no uso de produtos químicos reduz a exposição dos aplicados e promove uma agricultura com menor custo e maior rendimento”, defende a pesquisadora Roberta Carnevalli, da Embrapa Soja.

Apenas na safra 2022/2023, foram anexadas 150 unidades de referência (URs) no MIP-Soja, instaladas em máquinas comerciais de 101 municípios. As URs foram conduzidas seguindo um protocolo técnico pré-estabelecido entre os pesquisadores e os técnicos de extensão rural do IDR-Paraná. “Além dos excelentes resultados que obtivemos com o MIP, outro diferencial é a compilação de dados e elaboração anual de publicação com a divulgação dos resultados”, ressalta o coordenador do projeto grãos do IDR-Paraná, Edivan Possamai.

Possamai explica que esse processo de adoção do MIP vem sendo realizado pelos produtores com o apoio de profissionais da assistência técnica, o que permite medir o impacto na adoção da tecnologia. “Os resultados mostram ser possível aliar redução de custos, devido à redução no número de aplicações, que se reverte ainda em maior rentabilidade e menor impacto ambiental”, ressalta. “É relevante destacar que este trabalho é fruto de uma parceria entre a pesquisa (Embrapa) extensão rural (IDR-Paraná) e o sistema FAEP Senar, o que fortalece muito as ações estratégicas”, diz.

Além do MIP, vêm sendo avaliadas outras práticas agrícolas: Manejo integrado de Doenças e Coinoculação. A partir da safra 23/24, o programa se ampliará com a introdução de mais um protocolo para avaliar as boas práticas no manejo Integrado de plantas específicas e manejo de solo.  

Fundamentos do MIP

Entre os princípios básicos do MIP está o monitoramento da mão de obra, com o uso de um panorama de batida que indica a quantidade de insetos presentes na mão de obra. A tomada de decisão sobre a aplicação de inseticidas será feita apenas quando os níveis de ação preconizados pela pesquisa forem atingidos (dois percepções encontradas no panorama da batida ou, em média, 20% de desfolha para o controle de lagartas). Havendo necessidade de escassez, recomenda-se o uso de produtos mais seletivos, ou seja, que tenham eficácia pontual no problema.

Confira o depoimento do produtor Vilson Wickert

Lebna Landgraf (MTb 2903 – PR)
Embrapa Soja
*Gentilmente cedido por Embrapa Soja para a SNA
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