Agricultores de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, exerceram mais de 90% dos contratos de opção de venda de milho que o governo leiloou neste ano. O objetivo foi sustentar os preços do produto, diante de uma safra recorde no país, informou à Reuters na terça-feira (3/9) uma autoridade do Ministério da Agricultura.
Entre maio e junho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou leilões de contrato de opção de venda para o governo de 999 mil toneladas, em certames que tiveram forte participação dos produtores que lidavam com baixas cotações.
“Entre 930 mil e 940 mil toneladas foram exercidos. Cerca de 50 mil toneladas não foram exercidos, já que o prazo para o exercício venceu”, disse o secretário de Política Agrícola Sávio Pereira, lembrando que aqueles que não exerceram, certamente encontraram cotações mais favoráveis no mercado.
Os contratos de opção integraram um pacote de ajuda do governo, que incluiu programas de subsídio para o transporte do milho (conhecidos como leilões de Pepro e Pep), no qual a União empenhou quase R$ 800 milhões em 2017.
Com o exercício da maior parte das opções de milho ao preço de R$ 17,87 por saca, acima dos níveis atuais no mercado físico de Mato Grosso, o que estimulou o exercício das opções, o governo considera que cumpriu seu o objetivo de garantir a renda do agricultor, disse Pereira.
Os preços em várias praças de Mato Grosso, no entanto, ainda estão em patamares abaixo do mínimo de garantia de R$ 16,50/saca. Mas, segundo o secretário, os programas do governo foram fundamentais na comercialização do produto.
O milho dos contratos de opção vai ser direcionado para os estoques públicos governamentais, que atualmente estão em níveis baixos. Segundo o secretário, com o programa de opções, o governo deverá acumular aproximadamente 1.5 milhão de toneladas em seus estoques, volume pequeno para fazer frente a alguma escassez de oferta no país, mas suficiente para atender eventualmente necessidades localizadas, como de criadores de aves e suínos do Nordeste.
Forte apoio
Ao todo, o governo apoiou em 2017 a produção de 10.2 milhões de toneladas de milho, ou pouco mais de 10% da safra nacional, estimada pelo governo em 97.7 milhões de toneladas. A maior parte do apoio governamental em 2017 envolveu os leilões de prêmio para o transporte (Pep e Pepro), que ajudaram na comercialização de 9.23 milhões de toneladas.
O volume de ajuda aos agricultores em 2017 foi o quarto maior já realizado pela Conab, disse o secretário, lembrando que na temporada 2009/10 o governo subsidiou 12.4 milhões de toneladas.
Fonte: Reuters