No próximo sábado (16/9), o governo de Santa Catarina deverá se reunir com representantes da Argentina e do Paraguai para ajustar uma nova rota de recepção de milho. O estado, que é grande consumidor do cereal, encontra problemas para trazê-lo de outras regiões do país e, agora, visa a facilitar o acesso dos produtores de aves e suínos ao milho paraguaio.
Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), destaca que a produção de milho no estado é deficitária, tendo de dividir espaço com a soja. O estado também não possui condições para realizar a safrinha, ao mesmo tempo em que é o maior importador e consumidor nacional.
Estes fatores, para Barbieri, limitam a produção de aves e suínos, que apresentou crescimento de 22% e 48%, respectivamente, neste ano. O milho paraguaio está a 500 km de Chapecó (SC), mas para atender à necessidade de frete dos produtores catarinenses, este milho teria de ser transportado, em parte, no território argentino.
A reunião será realizada na cidade de Encarnación (PY) para discutir essa nova rota e garantir um custo de milho menor para o estado.
Enquanto um produtor de milho de Santa Catarina vende sua saca a R$ 24,00, no Mato Grosso a saca custa cerca de R$ 11,00. Entretanto, com o valor do frete, o milho matogrossense chega a Chapecó com os mesmos preços do milho local. Com a importação do milho paraguaio, seria possível uma economia de R$ 7,00 a R$ 8,00 por saca, segundo o vice-presidente.
Ele lembra também que este milho é produzido, em grande parte, por brasileiros e filhos de brasileiros que se instalaram no país vizinho. Para Barbieri, o ideal é que o sul do Brasil faça cada vez mais negócios com os países vizinhos em função da distância menor. Fazer negócios com o norte, segundo o vice-presidente, torna o estado menos competitivo.
Fonte: Notícias Agrícolas