Mesmo tendo passado o período de pico nas cotações internacionais de soja, milho, açúcar e etanol, produtores e empresas do agronegócio mantêm-se otimistas quanto à evolução dos negócios. É o que revela o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), calculado pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Fiesp em parceria com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). O índice ficou em 100,5 pontos no primeiro trimestre deste ano, 3,9 pontos abaixo do resultado do quarto trimestre de 2016, mas acima de 100 pontos, patamar indicador de boas expectativas. O resultado do primeiro trimestre, por sinal, é 17,9 pontos superior ao de igual período do ano passado.
Esse estado de ânimo é reflexo da supersafra 2016/2017, que foi favorecida por boas condições climáticas e apresentou ganhos recordes de produtividade, particularmente no que diz respeito à soja (avanço de 16,3%) e ao milho (28,8%), em relação à safra anterior. Como assinala Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, o indicador de produtividade agrícola atingiu o valor mais elevado da série histórica, o que reforça a manutenção do otimismo.
A excelente safra, além da valiosa contribuição que vem dando para o combate à inflação, ao possibilitar uma queda dos preços de produtos básicos no mercado interno, e de alavancar as exportações, também vem impulsionando os investimentos do setor agrícola, com efeitos diretos sobre a produção da indústria do segmento denominado “depois da porteira”. Este fechou em 102 pontos, um bom nível, embora 2,6 pontos abaixo do quarto trimestre.
Não há melhor exemplo desse impacto do que os dados da Anfavea – a associação dos fabricantes de veículos e máquinas agrícolas -, segundo os quais foram vendidos 9,5 mil tratores de rodas, cultivadores e colhedeiras de janeiro a março deste ano, 45% mais do que as vendas no mesmo período de 2016. Também aumentou substancialmente a demanda de fertilizantes e defensivos agrícolas.
Enquanto a agricultura floresce, a pecuária passa por um período difícil. O Índice de Confiança do Produtor Pecuário fechou em 89,5 pontos no período considerado. A percepção sobre os negócios pelos pecuaristas piorou com a queda das cotações do boi. Quanto ao leite, embora os preços tenham subido neste ano, estão abaixo do nível de agosto de 2016.
Fonte: O Estado de S. Paulo