Os principais países produtores de café no mundo terão que correr contra o tempo para continuarem atendendo ao consumo mundial que cresce, em média, 2% ao ano. Na próxima década, a produção do grão deverá aumentar entre 40 e 50 milhões de sacas de 60 kg globalmente. O Brasil, maior produtor e exportador da commodity, sai na frente uma vez que terá condições de se adaptar às mudanças climáticas.
“Os países produtores de café terão que colocar no mercado nos próximos anos um volume equivalente à produção brasileira para satisfazer o crescimento do consumo. E até 2050, precisaremos dobrar a produção mundial de café”, disse o CEO da illycaffè, Andrea Illy.
O consumo mundial de café em 2015 é estimado pela OIC (Organização Internacional do Café) em 152.1 milhões de sacas, um aumento de 1,2% em relação as 150.2 milhões de sacas registradas em 2014. Nos últimos quatro anos, o crescimento anual foi em média de 2%. Na safra 2014/15 foram produzidas globalmente 141.3 milhões de sacas.
Segundo Illy, os países produtores terão alguns desafios pela frente para conseguirem suprir essa crescente demanda. O principal será o clima. Alguns países produtores da Ásia e África tiveram perdas severas nesta temporada em decorrência do fenômeno climático El Niño. “Fizemos uma pesquisa que mostra que nos próximos anos deve haver uma grande diminuição de áreas aptas para a produção de café, exceto na Flórida, África do Sul, Etiópia, Norte da Índia, Mianmar, China, e no Brasil, Sul da Bahia”, disse.
No entanto, mesmo perdendo algumas áreas produtoras até 2050, o Brasil sai na frente, pois terá o maior número de novas áreas adequadas ao plantio do grão. “O Brasil será um dos países mais favorecidos com o crescimento da demanda mundial. Verificamos que nos últimos 20 anos a produção brasileira aumentou acima da média de consumo mundial”, disse Illy.
Fonte: Notícias Agrícolas