Produção de café recua 17% por ser ‘ano negativo’ da lavoura

A produção brasileira de café beneficiado em 2019 deve recuar 17,4% em relação ao ano anterior, para 50,92 milhões de sacas, somando-se as espécies arábica e conilon. Isso é o que mostra a 2ª estimativa para o produto, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgada nesta quinta (16), em Brasília. A redução, segundo a Conab, é devido à bienalidade negativa nos cafezais, um fenômeno natural que ocorre com a cultura e faz com que sua produtividade seja maior em um ano e menor no ano seguinte. No entanto, o Brasil segue como principal produtor mundial e maior exportador do grão.

A colheita já foi iniciada e esta produção, no entanto, mantém-se como a maior dentro do período de bienalidade negativa, de acordo com o levantamento.

A área total cultivada no país com as duas espécies totaliza 2,16 milhões de hectares, segundo o estudo da Conab. Deste total, 14,8% estão em formação e 85% em produção. Na safra atual, a área em produção foi reduzida em 1,1%, enquanto a área em formação aumentou 8,7%. Segundo o estudo, por se tratar de uma safra de bienalidade negativa, os produtores aproveitam para realizar tratos culturais nas lavouras e, consequentemente, diminuir a área em produção.

“A área plantada do café arábica no país soma 1,7 milhão de hectares, o que corresponde a 81% da área existente com lavouras de café. Para esta safra, estima-se aumento de 0,1% (1,3 mil hectares) em relação à safra passada”, informou o órgão no estudo divulgado ontem.

O café arábica, que representa uma produção de 72% do total e é mais influenciado pela bienalidade, deve alcançar 36,98 milhões de sacas, uma redução de 22,1% em comparação à temporada anterior. Já a produção de conilon está estimada em 13,94 milhões de sacas, uma diminuição de 1,7% em relação a 2018. No caso do conilon, esta projeção deve-se principalmente à expectativa de redução de produção na Bahia e em Minas Gerais, que diminuíram área e apresentam menores estimativas de produtividades médias, e no Espírito Santo, que também diminuiu a produtividade devido ao clima.

Outro destaque neste Boletim é o mapeamento que a Conab está realizando com os dados de café nas principais regiões produtoras. O estudo utiliza tecnologias de georreferenciamento, que colabora com as estimativas de áreas.

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