Produção de açúcar no centro-sul pode ceder espaço para a de etanol

A Hedgepoint Global Markets reduziu de 44,50% para 42,80% a estimativa da parcela de cana destinada à produção de açúcar na safra 2022/23 do centro-sul do Brasil, que começou este mês.

“Com um mix de açúcar de 44,50%, os estoques de etanol ficariam apertados ao longo da safra 2022/23”, informou a empresa em nota. “Como os preços do hidratado encontraram sustentação na recente alta do mercado de petróleo, é provável que a nova safra comece com um mix de açúcar mais baixo”.

Com isso, a estimativa para a produção de açúcar da região ao longo da temporada foi reduzida em 1.1 milhão de toneladas, de 32.5 milhões para 31.4 milhões de toneladas.

Já a estimativa para o etanol hidratado de cana-de-açúcar aumentou de 16.8 bilhões de litros para 17.7 bilhões de litros. A estimativa para a moagem continua em 551 milhões de toneladas, enquanto a de Açúcar Total Recuperável (ATR), que mede a qualidade da cana, subiu de 138,9 kg/t para 139,4 kg/t.

“O atraso da safra, bem como a necessidade de liquidez por parte das usinas, também contribui para que mais ATR seja direcionado ao biocombustível”, indicou a Hedgepoint, já que boa parte do etanol é negociada no mercado spot, o que dá mais liquidez imediata às usinas, enquanto uma parcela significativa do açúcar é fixada no mercado futuro.

A empresa informou que a incerteza do mercado quanto à disponibilidade do açúcar brasileiro em razão da alta competitividade do etanol ajuda a sustentar os preços internacionais do adoçante, mesmo com produção expressiva em outros importantes países, como Índia, Tailândia e Paquistão.

Para a Hedgepoint, a produção adicional desses países será suficiente para compensar a redução da oferta de açúcar no Brasil. A safra global 2021/22, que vai até setembro deste ano, deve registrar um déficit global de 900.000 toneladas e a seguinte, que começa em outubro, de 500.000 toneladas, estimou a empresa.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

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