O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) registrou mais um avanço expressivo em maio e voltou ao patamar de fevereiro do ano passado, antes de a pandemia do novo Coronavírus começar a prejudicar diversos segmentos ligados ao campo.
Segundo o FGV Agro, o indicador subiu 10,90% em relação ao mesmo mês de 2020, impulsionado por uma alta de 27,90% no grupo de produtos não-alimentícios. No setor de produtos alimentícios e bebidas, porém, houve uma queda de 1%.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Em relação a abril deste ano, também houve variação positiva, de 3,40%, depois de três quedas mensais seguidas nesse tipo de comparação.
“Esse crescimento foi impulsionado pela presença do auxílio emergencial combinada com a redução das restrições de circulação decorrentes da segunda onda da Covid-19. Com a alta de maio, a agroindústria volta, exatamente, ao patamar pré-crise (fevereiro/2020)”, informou o FGV Agro, em nota enviada ao Valor.
“Além disso, constata-se que o crescimento, no mês, fez com que a agroindústria eliminasse as perdas acumuladas (de 3,20%) no pior momento da segunda onda da Covid-19, entre janeiro e abril de 2021”.
No grupo de produtos não-alimentícios, o avanço interanual foi liderado pelas áreas de têxteis (aumento de 76,20% em relação a maio de 2020) e borracha (73,90%), que já haviam se destacado positivamente em abril.
No caso dos produtos alimentícios e bebidas, os primeiros apresentaram retração de 4,90%, novamente determinada pelos produtos de origem vegetal, enquanto a produção de bebidas voltou a apresentar desempenho positivo (21,40%).
“No acumulado dos últimos 12 meses até maio, o crescimento da agroindústria foi de 4,40%. Isto é, a alta no acumulado em 12 meses é menor do que quando se considera apenas os cinco primeiros meses deste ano. Logo, a agroindústria está acelerando em comparação a 2020”, informou o FGV Agro.
Fonte: Valor