Depois de perder força em fevereiro, a alta interanual do Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) foi vigorosa em março, mas a baixa base de comparação – março de 2020, o primeiro mês da pandemia, deixa turvo o cenário sobre tendências.
Segundo levantamento recém-concluído, o indicador subiu 11,60%, puxado pelo expressivo aumento registrado no grupo de produtos não-alimentícios (21,7%). Mas no segmento de produtos alimentícios e bebidas, que ficou retraído nos meses anteriores, também houve crescimento (2,60%).
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Com a disparada de março, a despeito da baixa base de comparação, como reforçou o FGV Agro, no primeiro trimestre, o PIMAgro acumulou variação positiva de 4,20%, garantida pela área de produtos não-alimentícios, que teve incremento de 11,7%. Alimentos e bebidas, em contrapartida, caíram 2,40% em relação ao período de janeiro a março do ano passado.
No grupo de produtos não-alimentícios, o aumento trimestral foi puxado pelas indústrias de fumo (18,60%), insumos (18,30%), borracha (14,70%), têxteis (13,70%) e produtos florestais (6,70%). No ramo de biocombustíveis, houve queda de 10%, em consequência das restrições à circulação impostas pela Covid-19.
No grupo de produtos não-alimentícios, o recuo foi determinado por retrações da produção de alimentos de origem vegetal (7,90%), alimentos de origem animal (2,40%) e bebidas não alcoólicas (0,60%). Houve alta de 4% no mercado de bebidas alcoólicas.
O FGV Agro destacou, por fim, que, apesar de a alta interanual de março ter contado com a “ajuda” da base de comparação, o resultado em relação a fevereiro deste ano indicou estabilidade.
“Tanto o segmento de produtos alimentícios e bebidas (0,10%) quanto o de não-alimentícios (0%) não tiveram sua produção reduzida, sinalizando uma aprendizagem dos setores econômicos em relação às medidas de isolamento adotadas”, indicou a entidade.
Fonte: Valor
Equipe SNA