Segundo Paulo Bertolini, diretor da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), haverá uma redução de 50% da área da safra de verão. “Isso sempre acontece. Quando uma safra não paga bem, a maioria dos produtores reduz muito o plantio”, disse o dirigente em entrevista ao Portal Agriculture.
“Durante a primeira safra, é provável que os preços voltem a remunerar bem de novo. Então, a segunda safra, que costumávamos chamar de safrinha, continuará a ser maior que a primeira safra como reação, e até mesmo porque só se planta nos estados que possuem mais superfície disponível”, disse Bertolini.
Outras razões mencionadas para uma safra menor de milho são os altos custos de financiamento, produtores endividados e o alto custo de produção: “Em anos recentes, o milho tem sido muito custoso para produzir. A volatilidade do dólar tem aumentado e a política tem sido instável. A taxa de juros referência do Banco Central tem caído recentemente e a expectativa é que chegue a 7,5%”.
Para a Agroconsult, a primeira safra terá uma redução de apenas quatro milhões de toneladas de volume total, o que equivaleria a 14% menos. Tantos a Emater do Rio Grande do Sul como o Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná esperam uma redução de 20% da área de plantio de milho nos dois estados.
Antônio da Luz, economista-chefe da Federação de Agricultura e Pecuária do RS (Farsul), é cetico em relação às estimativas de reduções muito altas de área: “Agrônomos fazendo projeções muitos meses antes do plantio geralmente erram. A métrica deve ser totalmente econômica neste momento, e deve ser feita muito próxima do plantio. Depois do plantio feito, aí sim chegam os agrônomos com as estimativas mais precisas”.
“Só posso dizer agora que a previsão do tempo para a próxima safra é que não será excepcional como foi a anterior, mas será normal. Não tenho tanta certeza de que os produtores reduzirão tanto hectares”, disse o economista.
Fonte: Agrolink