Pressão diminui nos preços das carnes suínas e bovinas

Os preços do suíno vivo e da carne suína caíram em maio em todas as praças produtoras acompanhadas pelo CEPEA. Segundo relatório, a fraca demanda e a oferta elevada da proteína têm pressionado os preços que, em algumas regiões estão nos menores patamares nominais do ano.

“Como tradicionalmente ocorre em período de fim de mês, a procura pela proteína suinícola na ponta final esfriou, devido à restrição orçamentária de muitos consumidores”, continua. “Isso, por sua vez, levou frigoríficos a demandarem menos lotes de animais. Além da baixa procura, a oferta elevada de animais prontos para o abate e carcaças reforçou as quedas.”

Segundo o CEPEA, de 23 a 30 de maio, na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno vivo posto na indústria registrou forte queda de 8,90%, com média de R$ 5,89/kg no dia 30, o menor preço de 2023 até o momento. Na Grande Belo Horizonte, o animal foi negociado a R$ 5,98/kg, queda de 7,7% na mesma comparação e também o menor patamar nominal deste ano.

No Sudoeste do Paraná, o preço do suíno recuou expressivos 12,50% entre os dias 23 e 30 de maio, para R$ 5,73/kg na terça-feira (30). As praças do Rio Grande do Sul registraram quedas menos acentuadas, pois apresentam uma oferta de animais mais controlada. Na Serra Gaúcha (RS), por exemplo, o preço do animal caiu 4,40% no mesmo período, para R$ 5,93/kg no dia 30.

A menor liquidez e a oferta elevada de carcaça suína de outras regiões, sobretudo do Sul do País (principal polo produtor) a preços competitivos, pressionaram fortemente as cotações da carne em São Paulo, chegando aos menores preços deste ano. No atacado da Grande SP, a carcaça especial suína registrou queda de 9% de 23 a 30 de maio, para R$ 8,74/kg na terça-feira, o menor preço de 2023.

Maior oferta de bovinos e gado de reposição

A maior oferta de bovinos para abate fez com que os preços do boi gordo, do bezerro (de 8 a 12 meses) e da carne no atacado recuassem de forma expressiva em maio, informou o CEPEA, em relatório antecipado ao Broadcast Agro. Segundo o CEPEA, esse movimento foi “registrado em toda a cadeia pecuária nacional”.

Ainda segundo o relatório, a maior oferta de gado este ano, especialmente de fêmeas, “é resultado de investimentos realizados pelo setor pecuário nos últimos anos e também do período de desmame”.

O CEPEA indicou também que dados oficiais de abate mostraram um aumento no número de vacas abatidas em 2022. “Essa tendência vem sendo verificada também em 2023, com frigoríficos relatando maior participação de fêmeas nas escalas. Segundo relatos de agentes, em alguns casos, as fêmeas chegam a representar 50% do abate”. “E isso se deve justamente à desvalorização dos animais de reposição, que vem sendo verificado, de modo geral, desde 2021, e que desestimulou pecuaristas a segurarem as fêmeas e a produzirem mais animais.”

Desta forma, o preço do bezerro nelore de 8 a 12 meses em Mato Grosso do Sul fechou a R$ 2.220,45 por cabeça, segundo o indicador CEPEA, queda de 10% no acumulado de maio. “Esse patamar de R$ 2.200,00 por cabeça não era registrado desde o início de outubro de 2020, em termos nominais”, informou o relatório. Já a média mensal do indicador do bezerro CEPEA está a R$ 2.282,97, cerca de 6% abaixo da média de abril deste ano e 12,49% menor que a de maio de 2022. “Trata-se, também, da menor média mensal desde novembro de 2019.”

Assim, o CEPEA estima que a queda do preço do bezerro nos últimos dois anos imprime certa pressão no preço da arroba do boi gordo. “Assim, mesmo diante das exportações de carne bovina em patamares elevados, a maior oferta de animais no campo resulta em queda nos preços da arroba.”

O boi gordo, por sua vez, também está com os preços em queda. Ontem (30), o indicador CEPEA para São Paulo fechou a R$ 241,75, em forte queda de 11% no acumulado de maio e o menor patamar nominal desde o início de setembro de 2020. “A média mensal está em R$ 264,81, com queda de 7,35% em relação à do mês anterior e de 15,30% na comparação anual”, indicou o CEPEA. “A média de maio é a menor, em termos reais, desde outubro de 2019, quando o valor deflacionado foi de R$ 251,44.”

A carne também se desvalorizou com os preços em queda na cadeia produtiva. Depois de permanecer em relativa estabilidade por meses, de agosto de 2022 até o fim da semana passada, a carcaça casada do boi foi negociada em média a R$ 18,00 o quilo e R$ 19,00 o quilo, com média de R$ 17,38 o quilo ontem, queda de 7% em maio. “Trata-se do menor preço diário nominal desde o fim de dezembro de 2020”, indicou o CEPEA no relatório. Já a média de maio do preço da carcaça casada está em R$ 18,17/kg, queda de 5% em relação à média de abril e de 10% em relação à de maio/22, em termos reais.

Fonte: CEPEA

 

 

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