Presidente da Abag faz balanço de 2019 e aponta perspectivas para 2020

Em editorial divulgado na revista Agroanalysis, da Fundação Getúlio Vargas, Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), comenta sobre as ações da organização em 2019 e aponta a importância da manutenção do diálogo entre o setor privado e o Governo em prol do desenvolvimento sustentável do setor agro brasileiro e do crescimento do País.

Novo ano, com diálogo e bom senso

Marcello Brito, presidente da Abag

Apesar de algumas divergências no campo das ideias, acreditamos que 2019 foi um ano produtivo e de crescimento para o agro brasileiro. para a Abag, “diálogo” foi a palavra que norteou as iniciativas e as ações durante o ano que passou. graças à busca por convergência, consenso entre as partes e equilíbrio nas decisões, julgamos que as atividades desenvolvidas, fomentadas ou apoiadas pela entidade possam ser consideradas positivas. Temos a firme convicção de que aprendemos uma nova forma de olhar os acontecimentos no Brasil e no mundo nos vários aspectos relacionados com o agronegócio.

Em prol de um país melhor, representantes do setor privado e as diferentes instâncias governamentais tiveram como princípio básico a busca pelo diálogo e pelo entendimento. Em temas áridos e polêmicos, como é o caso do desmatamento na Amazônia, que monopolizou o debate, reforçamos a posição de que não há nenhuma relação entre o desmatamento e o agronegócio produtivo, uma vez que 90% do desmatamento na região é feito de forma ilegal por meio da ação de grileiros e invasores de terra, sem nenhuma relação com o produtor rural. Nesse sentido, os esforços e o empenho do setor são pela tolerância zero com a prática do desmatamento ilegal.

Especialmente na questão ambiental, tivemos uma participação destacada em todos os eventos e as instâncias de debate importantes, nacionais e internacionais, nos quais estivemos envolvidos, seja como apoiadores, realizadores ou convidados. Foi assim, por exemplo: na Semana do Clima, em Nova York; no Fórum Mundial de Bioeconomia, na Finlândia; em um evento promovido pela Universidade de Princeton, nos EUA; na vista da missão brasileira à Organização Mundial do Comércio (OMC), na Suíça; e, por último, na COP-25, em Madrid, na Espanha. Nessas ocasiões, demos uma significativa contribuição para que a imagem do agro brasileiro no exterior fosse mais bem compreendida e, desta maneira, acreditamos mostrar ao mundo que temos compromissos sérios, efetivos e e longo prazo com a sustentabilidade ao fazer os esclarecimentos sobre a contribuição que o País tem dado para conter as emissões.

Mostramos, por exemplo, com base dos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que o total de florestas preservadas pelos agricultores e pelos pecuaristas em suas propriedades equivale, hoje, a 25,5% de todo o território brasileiro. Além disso, demonstramos que o País possui, atualmente, uma série de mecanismos voltados para processos produtivos que aliam produção a conservação ambiental. Exemplos disso são: a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), que já atinge a marca de 14 milhões de hectares; o plantio direto na palha; a fixação biológica de nitrogênio no solo; a ampliação da área reflorestada; o tratamento e o reaproveitamento de dejetos animais; e a recuperação de pastagens degradas.

O nosso objetivo com todo esse esforço para consolidar a imagem de país preservacionista necessita ser harmonizado com as diversas negociações do comércio internacional. Esperamos que 2020 seja um ano de construção de novas pontes entre os países e entre o setor privado e o Governo. Que tenhamos sabedoria, e que “diálogo” continue sendo a palavra de ordem no agronegócio brasileiro. Um bom ano a todos!

Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

Fonte: Agroanalysis

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp