A conservação e restauração ambiental e a promoção de práticas agrícolas de baixa emissão de carbono em bacias do Cerrado serão o foco de nova iniciativa do Mapa. Intitulado de “Projeto Paisagens Rurais”, o programa será lançado na próxima terça-feira (3) e reunirá um conjunto de medidas voltadas para as áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal.
Além de incentivar o produtor rural a preservar estas áreas no Cerrado, o projeto também visa a apresentar e auxiliar estes profissionais no uso de tecnologias de baixa emissão de carbono como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas.
“O projeto tem um componente de produção muito forte voltado ao aumento da renda do produtor por meio da assistência técnica e um componente de recuperação ambiental para auxiliá-lo a adequar-se à legislação ambiental, recuperando eventuais passivos na propriedade”, afirmou o diretor da Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Matheus Ferreira.
Integrante do Plano de Investimento do Brasil, apoiado pelo Programa de Investimento Florestal (FIP na sigla em inglês), o Paisagens Rurais é coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Mapa. A iniciativa tem ainda como parceiros a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), Senar, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e a Embrapa. A iniciativa tem apoio do Banco Mundial.
“Com essa parceria entre as entidades, faremos os projetos nas áreas de florestas andarem, tanto as plantadas quanto as nativas. Assim, tanto a agricultura quanto o meio ambiente farão seu trabalho para alcançarmos o desenvolvimento sustentável”, destacou o diretor-geral do SFB, Valdir Collato.
Quatro mil propriedades rurais distribuídas em 54 bacias hidrográficas em oito estados (Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Tocantins) e no Distrito Federal vão receber capacitação e Assistência Técnica e Gerencial continuada do Senar por 24 meses. Todo o projeto terá duração de seis anos.
“Nossa expectativa é criar conhecimento e experiência para reproduzi-los a outros parceiros e áreas, principalmente no bioma Cerrado, onde está o grande centro de produção econômica do Brasil e de uma riqueza ambiental inestimável”, afirmou Bernadete Lange, especialista ambiental do Banco Mundial.
Para o diretor da GIZ, Anselm Duchrow, a grande novidade do Paisagens Rurais é justamente trazer exemplos de boas práticas para o Brasil como um todo. “Passaremos pelo Cerrado e depois poderemos fazer esse mesmo exercício em outros biomas”, resume ele.