Os prêmios para as exportações de soja do Brasil subiram ao longo da última semana, assim como a fila de embarcações a serem carregadas nos portos, elevando custos portuários no momento de pico da colheita, disseram agentes do setor de navegação e operadores nesta quinta-feira.
Os prêmios de exportação para soja dos principais portos do Sudeste, Santos e Paranaguá, subiram fortemente ao longo da última semana, com o Brasil entrando no pico de uma safra recorde estimada em 101 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Prêmios para exportações com pronto embarque subiram para entre US$ 0,38 e US$ 0,41 por bushel sobre os contratos futuros para maio em Chicago, contra entre US$ 0,24 e US$ 0,28 uma semana antes, disse a agência Certo nesta quinta-feira.
A alta nos preços spot para exportação teve reflexo semelhante em entregas até agosto.
“O real teve uma valorização significativa frente ao dólar desde a semana passada, então o único meio de manter a liquidez em vendas de exportação enquanto os preços em Chicago encontram-se estáveis é elevar os prêmios”, disse o operador da Granos Corretora, Carlos Ronaldo D’Avalo.
O real se valorizou mais de 15% em relação a moeda norte-americana desde meados de janeiro.
Analistas e agentes do setor de navegação disseram também que o aumento das filas e do tempo de espera para carregar os navios com soja nos portos gera pressão sobre os prêmios de exportação, para compensar esses custos.
O tempo de espera para navios chega a 57 dias em Santos e 47 dias em Paranaguá, disse um analista de grãos do CGD Group.
O custo de um navio Panamax esperando para ser carregado pode ficar entre US$ 10.000,00 e US$ 20.000,00 por dia.
Fonte: Reuters