Os preços mundiais do arroz subiram mais 14% em agosto, mas começaram a recuar no fim do mês, segundo acompanhamento do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD) da França. O indicador Osiriz/InfoArroz (IPO) aumentou 40,5 pontos para 325,3 pontos (base 100 = janeiro de 2000).
O anúncio, em meados de julho, da interdição das exportações indianas de arroz não-basmati provocou turbulências nos preços asiáticos, que subiram 20% em apenas alguns dias, registrando a maior alta em 15 anos, informou o CIRAD, em relatório.
“As tensões estão sendo repassadas para os mercados domésticos, tanto nos países exportadores quanto nos importadores. Controles de preços domésticos estão sendo implementados para proteger os consumidores das tendências inflacionárias”, indica o texto.
Ao mesmo tempo, as autoridades dos países exportadores, principalmente da Tailândia e do Vietnã, reafirmam que não há motivo para restringir as exportações, pois os suprimentos são suficientes, completa.
No início de setembro, os preços mundiais começaram a cair, em parte devido aos importadores, especialmente das Filipinas, que não estão dispostos a pagar preços tão altos e preferem esperar pela chegada das novas safras asiáticas durante o último trimestre do ano. O índice IPO tendia a cair para 322 pontos. “Portanto, o mercado mundial começou a digerir o sismo causado pelo maior exportador do mundo.”
O CIRAD informou que o cenário de prazo mais longo dependerá do fenômeno climático El Niño e como ele vai afetar a produção. Também sugere que pode haver uma queda na demanda de arroz para o uso em ração animal, o que causaria acomodação nos preços.