O diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves, estimou que os preços dos insumos agrícolas deverão cair a partir de junho de 2022.
Essa diminuição, segundo ele, irá depender de alguns fatores como a possível retomada da produção na China, Índia e Leste Europeu; a normalização dos preços do petróleo e dos transportes; a utilização mais eficiente dos insumos (“usar menos, somente onde é preciso”); a adoção de culturas que apliquem uma quantidade menor de fertilizantes, defensivos, etc.; e a opção por fornecedores alternativos.
Além disso, o especialista acredita que poderá haver “uma explosão do uso de produtos biológicos”, em substituição aos insumos, e que o preço dos grãos deverá cair na megassafra brasileira, e também na Argentina.
Fava disse ainda que é preciso analisar o comportamento do câmbio e o desempenho das compras, sobretudo em relação a cooperativas, revendas e produtores. “É importante observar as relações de troca e não ficar descoberto”, enfatizou o diretor da SNA.
Oferta e demanda
Segundo ele, a recente alta nos preços dos insumos está relacionada a fatores ligados à oferta e à demanda. No caso da oferta, explicou Fava, pesam alguns aspectos como o custo da energia (petróleo e gás); problemas de transporte, incluindo a escassez e a renovação de frotas, o fechamento de portos em razão da pandemia; o custo de contêiners, etc., além da política ambiental, “que impõe restrições às indústrias, provocando até mesmo o fechamento de unidades”, e de restrições de energia em alguns países e nas exportações, para a garantia de insumos no mercado interno.
Com relação à demanda, o especialista chamou a atenção para o pânico gerado pela crise e afirmou que, “com os preços elevados das commodities, os produtores reagiram às altas e estão expandindo área, principalmente no Brasil. ” A estimativa para o País é de uma expansão de quase seis milhões de hectares novos de grãos em apenas dois anos”, destacou o diretor da SNA.
Fonte: Doutor Agro
Equipe SNA