Preços do café recuam 24% na Safra 2012/2013

O avanço da colheita da safra brasileira de café e as incertezas em relação ao cenário internacional, que têm causado o desaquecimento do consumo por parte dos principais países compradores, provocaram queda significativa da cotação do produto na safra 2012/2013. O preço da saca de 60 quilos do café arábica foi comercializado, em média, a R$ 340,83, cotação 24% inferior à registrada na safra 2011/2012, gerando uma perda de R$ 105 por saca, segundo o boletim Custos e Preços, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O levantamento mostra que, no mês passado, em razão das chuvas e dos preços pouco atraentes, o grão foi vendido, em média, a R$ 285,71/saca. Este valor representou 7% a menos do que o preço mínimo definido pelo governo federal, de R$ 307, e 21% abaixo do valor observado em junho de 2012. Este cenário de perdas em junho, diz o boletim, foi percebido em algumas das principais regiões produtoras do país, onde o preço de venda ficou tanto abaixo do preço mínimo, de R$ 307, quanto dos custos de produção.

Em Luís Eduardo Magalhães (BA), houve recuo de 4,6% em relação a maio e de 15,8% na comparação com junho de 2012. A perda para os cafeicultores também foi observada nas regiões de Santa Rita do Sapucaí (MG), Ribeirão do Pinhal (PR) e Iúna (ES), onde o levantamento dos preços e do custo de produção foi feito.

Estímulo à comercialização – Desta forma, para tentar reverter a baixa dos preços, o setor aguarda medidas do governo federal para estimular a comercialização da saca a preços melhores e, assim, provocar a reação das cotações. Uma das ações esperadas pelos produtores é o lançamento de um Programa de Opções Públicas de Venda para 3 milhões de sacas.

O boletim também apontou retração nas exportações de algodão em junho, que totalizaram US$ 6,528 bilhões, queda de 14,9% na comparação com maio, e de 22% em relação a junho de 2012. No mercado externo, os preços dos contratos da fibra negociados na Bolsa de Nova Iorque apresentaram queda de 2,4%, influenciados pelo anúncio de uma política monetária mais restritiva nos Estados Unidos e pelo impacto de uma liquidez mais apertada para a economia chinesa.  No ambiente interno, no entanto, a cotação do produto em junho apresentou valorização média de  5% em relação a maio e de 32,9% ante junho/2012, em função da redução de oferta e da valorização cambial.

Fonte: Canal do Produtor

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