A tendência para o próximo trimestre é de que as condições climáticas desfavoráveis e o possível aumento na demanda impulsionem os preços do café, revertendo uma tendência de queda para o período. Segundo o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende, havia uma expectativa de baixa devido à possibilidade de uma grande safra para 2018/2019.
“Nos próximos meses, os preços serão determinados pelos resultados da safra, que podem não corroborar com as previsões otimistas que parte do mercado apresenta atualmente”, disse Rezende.
“O cenário de uma demanda em expansão, impulsionada por margens lucrativas e consumo elevado, somado a uma oferta que deve encontrar obstáculos para crescer na safra 2018/19, exercerão uma pressão altista nas cotações, interrompendo o movimento de desvalorização verificado recentemente”.
Isso porque as condições favoráveis de umidade e temperatura na África Ocidental, que corresponde a 76% de toda a produção global da commodity, estão criando um clima otimista dentre os produtores. No entanto, o analista da INTL FCStone alerta que este mercado ainda não está consolidado.
Segundo estimativas da IRI/CPC, há 73% de chance de o El Niño ocorrer entre novembro e janeiro, o que poderia causar prejuízos para a produção.
“Historicamente, episódios de El Niño durante esse período estiveram relacionados a quedas na produção de cacau. Segundo nossos modelos, um aquecimento do oceano em 0,7°C acima da média, como é previsto, se associa a um desvio de 60.000 toneladas na produção mundial de cacau em relação à sua tendência”, informou Rezende.
Fonte: Agrolink