Preço do leite ao produtor tem forte retração

Os preços do leite ao produtor brasileiro caíram mais 3,7% este mês, de acordo com levantamento da Scot Consultoria. O valor médio da matéria-prima, que foi entregue aos laticínios pelos produtores em outubro, ficou em R$ 1,135 por litro no país, contra R$ 1,178 do mês precedente.

 

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A maior produção de leite em decorrência do período de safra explica apenas em parte a queda dos valores pagos aos pecuaristas, segundo Rafael Ribeiro, analista da Scot. Embora esteja aumentando, a produção de leite no acumulado no ano até novembro ainda é 0,7% inferior, na média nacional, à de igual período de 2015, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação de Leite. “Não há excesso de leite”, afirma Ribeiro.

Por outro lado, observa, “há recuo dos preços do leite longa vida no atacado”, o que indica que a demanda está pressionada. “Há dificuldade de escoamento”, acrescenta. “Nos últimos meses do ano costuma haver menor consumo de leite longa vida e aumento da demanda por outros itens, como manteiga e creme de leite”.

Conforme o levantamento da Scot, em novembro, o preço médio do longa vida no atacado em São Paulo foi de R$ 2,39 por litro contra R$ 2,46 em outubro. Já no varejo, foi de R$ 3,18 em novembro – R$ 0,08 abaixo de outubro. “A queda foi brusca. O preço do longa vida chegou a bater R$ 4,50 no atacado em julho”, disse.

Desde que a safra de leite ganhou força, em agosto deste ano – com o aumento da produção no Brasil Central -, os preços médios da matéria-prima ao produtor nacional já recuaram quase 8%. Mas há casos pontuais de retrações maiores, segundo Ribeiro.

Diante da forte queda registrada nas cotações até agora, o que pressiona as margens dos produtores, alguns laticínios (18%) já preveem manutenção dos preços no próximo pagamento, conforme pesquisa da Scot com cerca de 140 laticínios do país. Outros 76% acreditam em queda e o restante, em alta. Mas Ribeiro pondera que a pressão de baixa deve continuar, uma vez que o pico da safra de leite deve ser em janeiro próximo.

 

Fonte: Valor Econômico

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