Os movimentos dos prêmios pagos à soja brasileira nos terminais portuários fizeram a diferença ontem (24/9), aponta a T&F Consultoria Agroeconômica. Com isto, o Indicador Cepea para os portos avançou 0,53%, para R$ 96,23/saca e recuou 0,12% no interior, para R$ 89,44.
Com os outros dois fatores em conflito, o dólar subiu 1%, mas Chicago caiu 0,74%. O fato que determinou a tendência dos preços nesta segunda-feira foi a elevação de US$ 0,08/bushel dos prêmios da soja em Paranaguá, que passaram de US$ 2,40 para US$ 2,48/bushel, a sua manutenção em Rio Grande em US$ 2,50/bushel e queda de US$ 0,03/bushel em Santos, para US$ 2,47/bushel, disse o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco.
Já os prêmios do farelo se mantiveram inalterados em Rio Grande e caíram US$ 8,00/tonelada curta em Paranaguá. Os prêmios do óleo também se mantiveram inalterados em Rio Grande e subiram US$ 0,20/libra-peso em Paranaguá.
Tendências
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, informou que o plantio de soja 2018/19 está sendo favorecido pelo clima. As incertezas, segundo ele, são em função da crise do frete e da instabilidade cambial. Pereira mencionou ainda que os agricultores não estão conseguindo vender soja futura porque muitas tradings estão evitando a operação ou indicando preços mais baixos.
O analista da T&F, Luiz Fernando Pacheco, garantiu que estas operações de fixação de preço da soja em Chicago e do dólar na BM&F poderiam ser feitas pelos próprios agricultores ou suas cooperativas ou cerealistas.
“Mas, por várias razões impublicáveis, são transferidas para as tradings, ficando, assim, todo o setor 100% na mão delas. Com isto, perdem todos. É uma expertise pouco presente nas empresas brasileiras, mas que está disponível a todos, não só das tradings. Basta aprender a usar e efetivamente usar”, disse Pacheco.
Milho
Já o mercado de milho começou a semana como terminou a anterior: com compradores no atacado ausentes, tanto no mercado interno quanto na exportação, e agricultores fixando seus lotes no balcão, junto a cooperativas e cerealistas. A análise é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.
“Os problemas da exportação continuam, com falta de competitividade do milho brasileiro no exterior para a safra velha e falta de definição dos preços de safra nova em função do tabelamento dos fretes”, informou Pacheco. “O gradual recuo dos preços do milho observado em diversas praças do País e o temor de que o produto se desvalorize mais têm levado parte dos vendedores a negociar volumes”.
Segundo o analista, os compradores estão relativamente abastecidos, e muitos deles recebendo agora o cereal que foi adquirido meses atrás. “A queda dos preços não é mais acentuada por uma parcela dos produtores que segue apostando em novas altas nos próximos meses ou que está focada no plantio da safra de verão”.
A consultoria AgRural informou que o plantio do milho de verão da safra 2018/19 chegou a 24% da área prevista. A área de milho verão do centro-sul do Brasil nesta temporada deve ser levemente maior que a do ano-safra anterior, 0,7%, segundo a AgRural. A estimativa é de que chegue a 2.892 milhões de hectares.
O avanço, disse a consultoria, é puxado pelo Sul, devido aos preços remuneradores do cereal no mercado disponível. Para Sudeste e Centro-Oeste, a expectativa é de que a extensão da área plantada seja a mesma do ciclo anterior.
Fonte: Agrolink