Manejo biológico por agricultores convencionais continua a crescer

Hortícolas: integração do manejo químico convencional com o biológico é uma possível solução para o bom desempenho da produção, segundo especialistas.

É cada vez maior a utilização, por parte da agricultura convencional, do manejo biológico na produção. A técnica, que consiste na utilização de microorganismos benéficos como forma de diminuir, de forma gradativa, os problemas que afetam a lavoura, como pragas e doenças, tem como principais vantagens a preservação do solo, a durabilidade do controle e o baixo custo.

“O manejo biológico tem sido uma grande ferramenta para produtores convencionais e principalmente orgânicos. É uma garantia de eficiência, praticidade, redução de custos e maior vida útil do solo”, disse Felipe Vitaliano, biólogo e consultor da Viaverde.

“O uso intensivo do manejo biológico é uma tentativa de reequilibrar a microbiota do solo, que é a base de toda planta, uma vez que toda cultura, seja convencional ou não, degrada a biologia do solo, pois restringe a população de microrganismos de um sistema”, complementou o especialista, que participou, no dia 16 de agosto, de uma videoconferência sobre a utilização de insumos orgânicos na produção orgânica e convencional.

O debate, organizado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), em parceria com a certificadora Ecocert, foi coordenado pela diretora da SNA, Sylvia Wachsner.

Tendência

“Os agricultores convencionais estão buscando técnicas da agricultura orgânica. Isso é uma tendência”, pontuou Maíra Severo, especialista em certificação orgânica e coordenadora de avaliação da Ecocert Brasil.

“Os produtores convencionais estão percebendo que os custos com insumos são elevados quando não se tem a saúde do solo. Neste caso, a agricultura regenerativa pode atuar nesse processo de recuperação da terra”, complementou Maíra.

Nutrição

“Com o uso de bioinsumos, é possível produzir uma agricultura orgânica em grande escala”, destacou Zuco de Luca, responsável pela linha orgânica da empresa Nitro.

Segundo ele, a nutrição “é o grande ‘X’ da questão” da agricultura orgânica. “Com os insumos extraídos de forma natural, registrados e certificados, é possível ter a nutrição quase perfeita da planta. Sendo assim, ela terá muito menos problemas com doenças e pragas”, disse.

Microrganismos

Ainda durante o encontro, Vitaliano, da Viaverde, reforçou a importância do uso dos insumos microbiológicos na produção agrícola.

“A ciência tem mostrado os amplos benefícios dos microrganismos. Hoje, a integração do manejo químico convencional com o biológico é uma possível solução para o bom desempenho da produção. No caso do manejo biológico, garante maior autonomia ao produtor, também por causa de seu baixo custo”, disse o especialista.

Técnicas

“As técnicas de manejo podem acelerar ou otimizar o uso de insumos naturais, principalmente os procedimentos alternativos como adubação verde, rotação de cultura e plantio direto”, destacou Maíra, da Ecocert. Para ela, “o ideal é que se tenha uma combinação entre essas técnicas de manejo e o uso de insumos para potencializar o efeito dessas duas práticas”.

Testagem

A coordenadora da Ecocert falou ainda sobre a importância da certificação, que, segundo ela, pode ser acelerada com a testagem dos insumos. Nesse processo, explicou Maíra, o produto, já anteriormente avaliado por uma terceira parte, de forma imparcial, tem a sua formulação completamente aberta.

“A testagem garante a conformidade dos ingredientes do insumo, comprova que o método de produção foi verificado e que as empresas estão cumprindo vários requisitos legais”, afirmou a especialista, lembrando que  algumas empresas criam dificuldades para revelar a fórmula de seus produtos, com a justificativa de que esses ingredientes são ‘segredo industrial'”.

Fonte: CI Orgânicos
Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp