Em agosto, o Porto de Paranaguá completa quatro anos consecutivos sem filas de caminhões para descarregar grãos. Apesar do aumento do fluxo de veículos e do crescimento das exportações, o problema foi extinto.
Nos momentos mais críticos, as filas chegaram a mais de cem quilômetros. Em março de 2003, 4.000 caminhões ficaram dias parados no acostamento da BR-277 esperando para chegar ao pátio de triagem do porto.
“Era um problema histórico”, lembra o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho. “Mas acabar com o caos nas estradas de acesso ao porto foi um compromisso assumido por esta gestão e que cumprimos.”
O último registro das filas é de agosto de 2011. De janeiro a julho daquele ano, o porto recebeu 182.000 caminhões. Neste ano, foram 233.000 veículos carregados de grãos, um crescimento de 28%.
SOLUÇÃO DEFINITIVA
O fim das filas foi possível com a adoção de uma série de medidas operacionais do início ao fim da cadeia logística do escoamento da safra agrícola.
A primeira medida foi a reformulação do sistema Carga Online. Cada terminal passou a ter um número máximo de caminhões liberados para sair do campo e ir para Paranaguá.
Com a carga cadastrada no sistema, os caminhoneiros recebem uma mensagem pelo telefone celular com orientações e a autorização para descarregar em Paranaguá. A consulta das cargas cadastradas também pode ser feita pelo site da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA).
Com o sistema de agendamento, os terminais passaram a ser valorizados pela produtividade e só passaram a descer para Paranaguá os caminhões com cadastro feito e com garantia de vaga no Pátio de Triagem e janela para descarregamento.
“Foi um trabalho de aproximação e diálogo com o campo. Hoje, temos condições de atender todo mundo e dar eficiência ao descarregamento dos caminhões”, afirma o diretor-presidente da APPA, Luiz Henrique Dividino.
Na outra ponta, as regras para atracação dos navios também foram alteradas. Os operadores com melhores índices de produtividade passaram a ter preferência no embarque de grãos, diminuindo o tempo de espera das embarcações e acelerando o escoamento da safra.
O número de cotas distribuídas para os terminais mandarem caminhões ao porto também cresceu. Há quatro anos, os operadores podiam solicitar a cota de 1.600 caminhões por dia. Hoje, o número pode chegar a 2.300 cotas diárias.
INVESTIMENTOS
Além das medidas operacionais, o aumento no movimento de caminhões também pode ser absorvido pelo porto com investimentos no acesso dos veículos e na estrutura do Pátio de Triagem. Foram aplicados R$ 7.49 milhões em melhorias no local, que recebe os veículos e onde é feita a amostragem do produto antes do embarque e onde, ainda, os caminhoneiros podem descansar com segurança.
Foram feitas melhorias no acesso, para acelerar entrada e saída dos veículos e no sistema de classificação dos produtos. Tudo para reduzir o tempo de permanência dos caminhões no local e permitir um rodízio de maior de veículos.
INFORMAÇÕES
As orientações para tráfego na cidade e liberação de cotas para descarregar em Paranaguá podem ser encontradas no site da Operação Safra (www.operacaosafra.pr.gov.br).
Nele, o exportador encontra quais as regras para liberação dos caminhões e deslocamento dentro da cidade de Paranaguá.
O caminhoneiro também pode consultar qual o seu status e se está liberado para entrar no Pátio de Triagem.