Perspectivas para o setor de açúcar e etanol na América Latina em 2021 são positivas

A Moody’s informou que o cenário para o açúcar e etanol na América Latina em 2021 deve ser positivo. A agência cita, em relatório, o provável aumento de produção do adoçante enquanto outros países produtores têm quebra de safra, preços domésticos mais altos, tanto do açúcar quanto do etanol, e um avanço de mais de 9% do Ebitda das empresas do setor na temporada 2020/21.

A produção de açúcar da região vai aumentar para mais de 40 milhões de toneladas, com avanço anual de mais de 35%, destacou a Moody’s. No entanto, “a produção modesta na Tailândia torna um superávit menos provável em 2020/21, embora a recuperação da produção indiana aumente o risco para 2021/22 e 2022/23”, indicou o relatório. Portanto, a maior produção não deve ter efeito negativo nos preços.

Para a próxima safra, a Moody’s informou ainda que o Açúcar Total Recuperável (ATR) no Brasil deve cair, o que levaria a uma produção menor do País.

A fim de evitar o risco de queda de preços na próxima safra, a agência estimou que deverá haver fixações expressivas. Os preços para março de 2021, 2022 e 2023 estão em R$ 1.662,00/tonelada, mais de 7% acima do preço médio do spot em 2020/21 e 30% a mais do que em 2019/20, segundo a agência.

Em relação ao etanol, a expectativa da Moody’s é de uma valorização de 2,40% em 2020/21. Embora o preço do petróleo deva cair, o que costuma pressionar o biocombustível, e a demanda esteja baixa em decorrência da pandemia da Covid-19, a produção brasileira de etanol deve diminuir nesta temporada, já que usinas têm adotado um mix mais açucareiro para aproveitar os preços favoráveis do adoçante.

“O mercado retornou ao equilíbrio com uma queda de quatro bilhões de litros na produção de 2020/21”, indicou a agência. Para as próximas safras, a expectativa é de que o etanol aumente sua participação no mix sucroenergético, impulsionado pela recuperação da demanda, pelos preços do petróleo e pelo RenovaBio.

Empresas

A Moody’s informou também que a Raízen Energia deve ter ganhos nesta temporada com o açúcar e o etanol, porém, o Ebitda deve ficar próximo de R$ 7.4 bilhões em 2020/21 por causa de queda no setor de distribuição de combustíveis. O rating da companhia é Baa3, com perspectiva estável.

Para a Adecoagro, que tem rating Ba2 com perspectiva negativa, a agência relatou que o baixo custo da cana significa que a companhia pode ter bom desempenho, mesmo com preços baixos, e que a operação na Argentina diversifica os negócios da companhia. No entanto, por operar em dólar, a empresa não se beneficia tanto do real fraco.

Além disso, “o risco político na Argentina, risco climático, concentração geográfica da produção de cana em Mato Grosso restringem a qualidade do crédito”, complementou a Moody’s.

Em relação à FS Bioenergia, empresa que produz etanol à base de milho, a agência informou que a companhia está se desalavancando rapidamente e que, apesar da alta dos preços spot do milho, a companhia já fez suas compras a um preço médio de R$ 27,3/saca. O rating da FS é B1, com perspectiva estável.

Segundo a Moody’s, a usina Coruripe (rating Caa1, perspectiva estável) está reduzindo seu risco de refinanciamento para 2020/21 e estendeu suas dívidas de curto prazo.

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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