Mesmo com a pandemia do novo Coronavírus, o setor de Inseminação Artificial (IA) na pecuária brasileira alcançou notável desempenho no ano passado.
Dados do relatório de 2020 da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que cerca de 20% das fêmeas em idade de reprodução foram trabalhadas com IA.
Segundo especialistas, esse número mais do que dobrou nos últimos nove anos. Em 2012, havia apenas 9,64% do total de fêmeas aprimoradas com inseminação artificial.
O levantamento Asbia/Cepea indicou ainda que uma em cada cinco fêmeas está produzindo uma nova geração utilizando genética superior.
“O ano de 2020 , ameaçado pela pandemia, que previa uma queda muito grande no consumo de carne, veio abençoado pela demanda chinesa e pelos programas de auxilio do governo. Com isso, os preços da arroba e de toda cadeia aumentaram, contribuindo para mais investimentos em tecnologia, inclusive na inseminação artificial”, explicou Carlos Viacava, agricultor e criador de Nelore.
O Brasil é líder mundial em inseminação artificial em gado de corte.
Melhoramento animal
Atualmente, a técnica está presente 4.286 municípios brasileiros. As estatísticas da Asbia e do Cepea indicam que 77% dos municípios no País trabalham com IA. “O melhoramento vem progredindo nas últimas décadas graças ao avanço tecnológico de genética em nutrição e sanidade animal”, ressaltou Viacava.
“Programas de melhoramento genético como o da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), que é o pioneiro, aliados aos programas de Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) do Ministério da Agricultura, propiciaram um grande avanço nos resultados econômicos da atividade e na melhoria da qualidade da carne brasileira, centrada especialmente na raça Nelore”, disse o produtor.
Anuário
O recente anuário Asbia/Cepea, destacou Viacava, consegue traçar um bom painel de toda essa evolução. “Há um grande avanço do setor de inseminação, especialmente a de tempo fixo (IATF). Junte-se a isso as boas tecnologias de IATF com o avanço do melhoramento genético da raça Nelore, e vemos aí os progressos na melhoria da qualidade da carne”.
Com relação às vendas ao cliente final, a Asbia indicou que em 2020 foram comercializadas quase 22 milhões de doses para IA, um crescimento de 31% em comparação ao ano anterior. No chamado Mercado Total, que inclui exportação e prestação de serviços, o setor cresceu mais de 28%.
Viacava estima que 2021 será positivo para o setor. “Esperamos a continuidade da demanda chinesa e a melhoria dos níveis de atividade econômica mundial pelo avanço da vacinação das populações”.
Acesse aqui o Anuário 2020 Asbia/Cepea.
Fonte: Asbia/Cepea
Equipe SNA