Pará ganha importância nas áreas de escoamento e importação

O porto de Barcarena (PA) está ganhado grande importância no escoamento de grãos como soja e milho, especialmente do Centro-Oeste, bem como na importação de fertilizantes. Diversas empresas e companhias do agro atuam no terminal.

Em se tratando da estrutura física e capacidade de expedição, as empresas portuárias possuem capacidades distintas. O que merece destaque é o fato de todas as empresas estarem atualmente operando aquém da capacidade máxima diária, entre 50 e 60% da capacidade total, devido à época de entressafra. Para tanto, todas as empresas dispõem de mão de obra, instalações e condições operacionais apropriadas para utilizarem suas capacidades máximas.

Entre os dias 7 e 9 de dezembro, técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estiveram no porto de Barcarena com o objetivo de levantar informações sobre a movimentação logística de grãos, prioritariamente soja e milho.

A equipe também coletou dados sobre capacidade estática, principais rotas e produtos movimentados, e perspectivas de investimento no porto, caso a conclusão da Ferrogrão (de Mato Grosso ao Porto de Miritituba/PA) seja efetivada.

Logística de exportação

Os grãos produzidos no centro-norte de Mato Grosso e sul do Pará seguem por modal rodoviário até o porto de Miritituba, no município de Itaituba (PA).

A partir desse ponto, o produto é transportado em barcaças com capacidade de até 2.000 toneladas, que seguem por via hidroviária até os portos de Barcarena. Posteriormente, os produtos são destinados, em sua maioria, aos continentes europeu e asiático.

Os navios saem de Barcarena (PA) rumando em direção ao Oceano Atlântico, e passam pelo estreito de Gibraltar para abastecer os países da Europa.

Até chegarem à Ásia, os navios têm passagem pelo Canal de Suez, no Egito. Os principais países destinatários dos grãos advindos do corredor da BR-163 pelo porto de Barcarena são: Portugal, Espanha, Itália e China.

Importação de fertilizantes

Os elementos (NPK) importados à granel pela Fertilizantes Tocantins e TUP Unitapajós são originários, prioritariamente, da Rússia.

Ao chegarem no Porto de Barcarena, os elementos químicos adquiridos pela TUP Unitapajós são levados em barcaças que seguem por via hidroviária até o porto de Miritituba. Posteriormente, os produtos são colocados em unidades armazenadoras e seguem embarcados em modal rodoviário até as unidades que realizam as formulações de base NPK, conforme especificação dos clientes.

A partir dessas unidades de formulação, o produto formulado é distribuído nos estados de Mato Grosso e Pará. Cabe frisar que as empresas possuem dinâmicas de importação semelhantes.

A Fertilizantes Tocantins importa os produtos para atender suas próprias unidades de formulação, contudo, não disponibilizou dados operacionais (capacidade estática, embarque e desembarque/ton/h). Já a TUP Unitapajós importa para suas acionistas, as empresas Bunge Alimentos e Amaggi Exportação e Importação.

Investimentos na Ferrogrão

A Ferrogrão é a ferrovia que pretende consolidar o corredor logístico, barateando o frete e impulsionando o escoamento da produção do Mato Grosso aos portos do Arco Norte. Ligando os municípios de Sinop (MT) ao distrito de Miritituba (PA), com 933 km de extensão, a ferrovia paralela à BR-163 tem capacidade de transporte de até 48 milhões de toneladas, e deverá estimular a necessidade de investimentos nos terminais do Arco Norte.

O objetivo é que a ferrovia possa consolidar, no longo prazo, um corredor logístico capaz de reduzir os custos com frete, onde se estima de 30% a 40% de redução no preço para a exportação de produtos, comparado ao modelo rodoviário utilizado hoje.

Há um ano, o projeto de construção da ferrovia foi enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas foi suspenso na instância do Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2021, por trâmites ligados ao projeto.

O governo projeta um investimento de 12 bilhões de reais na rodovia, o que acarretaria uma mudança nos corredores de exportação, que hoje estão concentrados nos portos do Sul e Sudeste (aproximadamente 70%).

 

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

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